Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Personagem

"Perdemos a alegria da casa": A morte precoce da filha de Charles Darwin, Anne

A menina faleceu com apenas dez anos de idade e deixou um enorme vazio no coração do naturalista

Isabela Barreiros Publicado em 20/08/2020, às 08h00

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Anne Elizabeth Darwin, filha de Charles Darwin - Wikimedia Commons
Anne Elizabeth Darwin, filha de Charles Darwin - Wikimedia Commons

Do casamento de Charles e Emma Darwin, nasceram dez filhos. O número dos que conseguiram sobreviver até a idade adulta, no entanto, foi menor: apenas sete conseguiram chegar à adultidade. Essas mortes de seus herdeiros em tão tenra idade causaram um terrível sofrimento no naturalista.

Mas o baque da morte da segunda filha do casal, Anne, foi um dos mais brutais para o biólogo e sua esposa. A menina faleceu no dia 23 de abril de 1851, com apenas dez anos de idade, o que fez com que seus pais passassem por um período difícil, que se estendeu por um longo tempo.

A causa

Documentos históricos indicam que as filhas de Darwin pegaram escarlatina, uma doença bacteriana que causa erupções na pele e atinge principalmente crianças. A enfermidade, que atingiu a menina em 1849, causou um dano terrível em sua saúde, que piorou drasticamente nos anos seguintes.

O naturalista decidiu buscar ajuda para tentar curar sua filha, procurando o médico James Manby Gully, que era famoso por aplicar o tratamento da hidroterapia em seus pacientes no condado inglês de Worcestershire, em Great Malvern. De maneira simples, a ideia era usar a própria água, em temperaturas diferentes, para curar os doentes.

No entanto, a terapia usada na menina não funcionou. Anne Elizabeth Darwin faleceu em 1851, dois anos depois de ter escarlatina junto com suas irmãs. Ela morreu em Montreal House, na Worcester Road e foi enterrada no cemitério do Grande Priorado de Malvern, no condado de Worcestershire, na Inglaterra. Acredita-se que a causa tenha sido tuberculose.

Luto

Emma e Charles Darwin / Crédito: Wikimedia Commons

Na biografia Charles Darwin: A Biography, vol. 1 – Voyaging (1995), a historiadora britânica da ciência Janet Browne narra como a morte de Anne afetou Charles de uma maneira profunda e essencialmente triste.

“Anne era a menina dos olhos de seu pai orgulhoso, sua filha favorita, ele confessou a [seu amigo e primo William Darwin Fox ]. Mais do que qualquer outra criança, ela o tratou com um afeto espontâneo que o tocou profundamente; ela gostava de alisar seu cabelo e dar forma a suas roupas, e era por natureza auto-absorvida limpa e arrumada, cortando delicados pedaços de papel para guardar em sua caixa de trabalho, enfiando fitas e costurando pequenas coisas para suas bonecas e confecções”, escreveu Browne.

Mas, além de estudos sobre o comportamento do biólogo após o falecimento da filha, ele mesmo deixou seus sentimentos escritos sobre o episódio pouco tempo depois de isso ocorrer. Em 30 de abril de 1851, uma semana depois do óbito de Anne, ele escreveu um memorial em homenagem à criança.

“Escrevo estas poucas páginas, como acho que depois de anos, se vivermos, as impressões agora registradas lembrarão mais vividamente suas características principais. De qualquer ponto que eu olhe para trás para ela, a principal característica em sua disposição que imediatamente surge diante de mim é sua flutuante alegria temperada por duas outras características, a saber, sua sensibilidade, que poderia facilmente ter sido esquecida por um estranho e seu forte afeto”, narrou Darwin já no começo de seu triste texto.

Ele ainda diz: “olhando para trás, sempre o espírito de alegria surge diante de mim como seu emblema e característica: ela parecia formada para viver uma vida de felicidade: seu espírito estava sempre sob controle por sua sensibilidade para que ela não desagradasse aqueles que amava e seu terno amor nunca se cansava de se exibir acariciando e todos os outros pequenos atos de afeto”.

Lembrando da filha com um carinho explícito, o naturalista deixa claro como seus sentimentos tornaram-se de pura angústia após a morte da menina de apenas dez anos. Isso apenas foi minimamente amenizado com o nascimento de Horace Darwin, que veio ao mundo apenas três meses depois do falecimento de Anne.

“Perdemos a alegria da Casa e o consolo da nossa velhice: ela deve ter sabido como a amávamos; oh, que ela agora pudesse saber quão profundamente, quão ternamente ainda amamos e sempre amaremos seu querido rosto alegre. Bênçãos para ela”, conclui Darwin em seu triste memorial.


+Saiba mais sobre Charles Darwin por meio de grandes obras disponíveis na Amazon:

A origem das espécies: A origem das espécies por meio da seleção natural ou a preservação das raças favorecidas na luta pela vida, de Charles Darwin (2014) - https://amzn.to/2HBIbUd

A expressão das emoções no homem e nos animais, de Charles Darwin (2009) - https://amzn.to/2HC1Ljl

A origem das espécies, de Charles Darwin (2018) - https://amzn.to/3bK3BMG

Viagem de um naturalista ao redor do mundo, de Charles Darwin (2008) - https://amzn.to/2HFbHby

The Voyage of the Beagle: Charles Darwin's Journal of Researches (Edição Inglês), de Charles Darwin (1989) - https://amzn.to/3bNNayV

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp 

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W