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Matérias / Personagem

Perfurações inacreditáveis: Mirin Dajo, o homem almofada de alfinetes

Aos 33 anos, o holandês percebeu que tinha um dom impressionante e decidiu tirar proveito da habilidade inusitada

Pamela Malva Publicado em 20/05/2020, às 12h30 - Atualizado às 12h52

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Retrato de Mirin Dajo, o artista indestrutível - Divulgação/Youtube
Retrato de Mirin Dajo, o artista indestrutível - Divulgação/Youtube

Desde o princípio, os humanos têm certa fixação pelo desconhecido, pelo bizarro. Daí o fascínio por freak shows e circos itinerantes. Atrações inusitadas e indivíduos supostamente adulterados eram os favoritos no passado.

Toda e qualquer pessoa que fugisse dos padrões poderia ser considerada uma aberração e, assim, teria sua singularidade explorada — seja por vontade própria, ou não. No caso de Mirin Dajo, por exemplo, tudo foi planejado pelo próprio artista.

Dono de uma característica misteriosa e bastante incomum, o holandês conquistou os palcos e a atenção das pessoas na década de 1940. Com espadas atravessadas pelo seu corpo, o homem era quase indestrutível.

Mirin Dajo com uma espada atravessada em seu corpo / Crédito: Wikimedia Commons

Um jovem sobrenatural

Arnold Gerrit Henskes nasceu em Roterdã, na Holanda, em agosto de 1912. De família simples, ele começou a trabalhar em casas de design quando tinha cerca de 20 anos. Segundo o próprio, tinha vários encontros sobrenaturais quando ainda era criança.

Aos 33 anos, Arnold descobriu que poderia ter seu corpo perfurado. Teoricamente invulnerável, o homem nem sangrava quando tinha sua pele transpassada por facas e espadas. Frente à habilidade, então, ele decidiu sair em busca da fama.

O jovem mudou-se para Amsterdã, onde começou a se apresentar em bares. Inicialmente, permitia que as pequenas platéias perfurassem seu corpo em troca de algumas cédulas. Arnold ainda engolia cacos de vidro e lâminas de barbear.

Seu próprio show de horrores ganhou notoriedade e o artista decidiu que precisava de um apelido para as apresentações. Assim, pensando sobre suas ideologias e conceitos, criou o nome Mirin Dajo, tradução em esperanto para maravilha.

A vida nos palcos

Mirin Dajo correndo com uma espada em seu corpo / Crédito: Wikimedia Commons

Mirin Dajo acreditava que havia sido enviado por Deus. Para o artista, seu dom tinha o objetivo de transmitir conhecimento às pessoas normais e instruir-lhes a abandonar o materialismo. Ele ainda acreditava que todos seriam governados por uma força maior.

Com esse pensamento e uma suposta invulnerabilidade, o artista passou a se apresentar diante de enormes platéias, que cresciam mais a cada dia. De forma impressionante, Mirin Dajo era cortado e perfurado sem derramar uma gota de sangue.

O dom, é claro, chamou atenção de cientistas e jornalistas por todo o país. Em 1947, ele foi submetido a uma série de testes e exames. No fim, especialistas ficaram surpresos ao perceber que as lâminas realmente atravessavam o corpo de Mirin Dajo sem deixar rastros de destruição e o mais importante: sem truques.

Em entrevista à revista Time, o homem indestrutível revelou que sua resistência ia muito além das lâminas. Mirin Dajo também era imune a ferro em chamas, água fervente e tiros na cabeça — ele afirmava que havia sido baleado duas vezes.

Raio-x do corpo de Mirin Dajo com alfinete de aço / Crédito: Wikimedia Commons

Conhecimento é um dom

Muito se teoriza sobre o suposto dom de Mirin Dajo e pouco se sabe sobre conclusões médicas ou científicas. A única certeza era de que aquele homem parecia não ligar para correr por aí com uma espada atravessada em sua barriga.

O artista, contudo, jurava que seus poderes ultrapassavam o campo do compreensível. Segundo Dajo, ele era um telepata que, além da resistência impressionante, ainda poderia curar outras pessoas.

Nenhuma dessas habilidades, entretanto, ajudou o holandês quando sua hora chegou, em maio de 1948. Após supostamente ouvir vozes do além, Dajo engoliu um alfinete de aço, que teve de ser extraído de seu organismo cirurgicamente.

Sempre acompanhado por seu fiel assistente de palco, o artista ficou de cama por três dias antes de dar seu último suspiro. Mirin Dajo morreu aos 36 anos, vítima de uma ruptura em sua aorta.


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