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Matérias / Personagem

Por onde anda Chelsea Manning, ex-combatente que vazou informações sigilosas para o WikiLeaks?

Há exatos 7 anos, a ativista foi julgada por fornecer mais de 700 mil arquivos secretos do Exército americano

Fabio Previdelli Publicado em 03/06/2020, às 13h18

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Foto de Chelsea Manning - Wikimedia Commons
Foto de Chelsea Manning - Wikimedia Commons

Em 3 de junho de 2013, há exatos 7 anos, a ativista e ex-combatente americana Chelsea Manning foi alvo de julgamento por fornecer arquivos secretos do governo dos Estados Unidos ao site de vazamentos pró-transparência WikiLeakes.

Como pena, acabou sentenciada a 35 anos de prisão por fornecer mais de 700 mil arquivos secretos, como vídeos de confrontos, comunicações diplomáticas e os chamados cables — telegramas diplomáticos — do Departamento de Estado.

Entretanto, a ativista, que foi uma das principais responsáveis pelo escândalo conhecido como Cablegate, teve sua pena comutada pelo então presidente Barack Obama para um total de sete anos de cárcere. Mas, afinal, por onde anda Chelsea Manning?

Polêmicas

Nascida como Bradley Edward Manning — mais tarde se declarou transexual e adotou o nome de Chelsea —, a ativista é fruto da relação da galesa Susan Fox com o norte-americano Brian Manning. Desde seus primeiros anos de vida em Oklahoma, teve que lidar com uma infância problemática, muito em virtude dos problemas de alcoolismo do pai.

Após a juventude conturbada, se formou e se alistou no Exército americano. Em 2008, foi apontada como analista de inteligência e, com isso, trabalhou como soldado no Iraque e no Afeganistão.

Chelsea Manning quando ela ainda se apresentava como Bradley / Crédito: Wikimedia Commons

O esquema de vazamentos de Manning começou a ser revelado por Adrian Lamo, um ex-hacker que trabalhava como especialista em segurança no Projeto Vigilante, uma instituição de segurança privada que presta serviços à NASA e ao FBI.

Em uma conversa que os dois tiveram, a ativista contou que era a responsável por divulgar um vídeo de um ataque de helicóptero contra civis que aconteceu em 12 de junho de 2007, em Bagdá.

Posteriormente, Lamo a entregou às autoridades americanas — o ato foi duramente criticado pelo grupo Hackers no Planeta Terra, que chamaram Adrian de traidor. Assim, Agentes do Comando de Investigação Criminal do Exército prenderam Chelsea com base nas informações que receberam.

Além do mais, semanas depois, Manning também foi acusada de vazar mais de 150 mil documentos ao WikiLeaks. Em um primeiro momento, nada foi provado, mas com a ajuda de Lamo, provas foram introduzidas contra Manning. Assim, ela acaba presa em maio de 2010.

Prisão e condenação

O tempo que passou em detenção na base militar de Quantico, no estado da Virgínia, não foi nada agradável para Manning, afinal, as condições do cárcere eram consideradas desumanas e ilegais — tendo sido comparada com a tortura, pela Anistia Internacional. O que a levou ser transferida para a prisão de Fort Leavenworth, no Kansas, em abril de 2011.

Já um relatório publicado pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que foi divulgado após as investigações, relatou que a ativista foi submetida a privação de sono, nudez forçada e uma série de formas de tortura psicológica. Além do mais, apesar de ter sido acusada, não lhe foi concedi o direito de falar com um juiz e ficou presa sem poder pedir por um habeas corpus.  

Adrian Lamo (esquerda) que foi o responsável por denunciar Chelsea Manning / Crédito: Wikimedia Commons

Em 28 de agosto de 2013, Manning se declara culpada pelo vazamento do material considerado confidencial pelo Exército. Ela alega ter sentido que tudo aquilo “deveria se tornar público”. Apesar disso, nega ter feito o ato por conluio com inimigos americanos.

Apesar de declarar que vazou os dados para "provocar um debate público sobre as Forças Armadas e a Política Externa" e ter escolhido os documentos que "tinha certeza de que não causariam danos [à segurança nacional]”, seu julgamento começou em 3 de julho de 2013.

No fim daquele mês, a ativista é considerada culpada em 19 inquéritos, mas acaba escapando da pior delas: a de conluio com o inimigo. Em 14 de agosto ela pede desculpas diante do tribunal militar e acaba reconhecendo que “causou danos” aos Estados Unidos com os vazamentos.

Uma semana depois, enfim, sai sua sentença: apesar da promotoria pedir uma pena mínima de 60 anos, Manning é condenada pela juíza do caso, a coronel Denise Lind, a 35 anos de prisão, além de sofrer uma dispensa desonrosa do Exército.

No entanto, em 17 de janeiro de 2017, o presidente americano Barack Obama comutou sua sentença para um total de sete anos, que seriam contados a partir da data em que ela foi presa. Com isso, a ativista foi libertada em 17 de maio de 2017.

Apesar da liberdade, Chelsea acabou sendo presa mais uma vez, em 2019, por se recusar a depor contra o WikiLeaks e Julian Asange. Chelsea só acabou sendo solta, novamente, em março deste ano, dias após ela ser hospitalizada após tentar suicídio em uma prisão na Virgínia.


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