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Matérias / Personagem

Engarrafamento fantasma: O bizarro experimento de Simon Weckert

Em meados de 2019, o artista alemão decidiu colocar a veracidade dos aplicativos de GPS à prova com um plano inusitado

Caio Tortamano Publicado em 29/07/2020, às 15h58 - Atualizado em 07/09/2021, às 09h00

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Mapa do local e foto de Simon Weckert com seu carrinho - Divulgação/ Arquivo pessoal/ Simon Weckert
Mapa do local e foto de Simon Weckert com seu carrinho - Divulgação/ Arquivo pessoal/ Simon Weckert

Quantas vezes você usa aplicativos de GPS enquanto dirige? Já pensou que algum deles pode estar equivocado ao entregar alguma informação? Foi esse cenário que o artista Simon Weckert tentou colocar em xeque ao criar um plano inusitado, na Alemanha.

Com uma teoria afiada em mente, o homem criou uma intervenção inusitada, que viralizou na internet em meados de 2019. Na época, o artista produziu engarrafamentos no Google Maps sem usar qualquer carro.

O plano cômico

O artista alemão andou com um carrinho de mão repleto de celulares abertos no aplicativo. Weckert sabia que o programa da empresa americana funciona a partir de dados coletados por celulares que estejam operando com o Maps aberto. Com isso, ele alugou noventa e nove dispositivos e comprou chips de internet para cada um.

Depois, colocou todos em um carrinho de mão com o Google Maps aberto e andou por algumas das principais ruas de Berlim, cidade onde mora. Por causa dos vários aparelhos ligados no mesmo lugar, andando em uma velocidade tão baixa, o aplicativo entendeu que havia um engarrafamento local, indicando com a cor vermelha um trecho em uma via completamente deserta.

Carrinho lotado de celulares abertos no Google Maps / Crédito: Divulgação/ Arquivo pessoal/ Simon Weckert

A ideia surgiu quando o homem estava nas celebrações comuns de primeiro de maio em Berlim, que juntam multidões para festas nas ruas da capital. Quando abriu seu Google Maps, Simon viu que o aplicativo indicava um grande engarrafamento, mas não haviam carros na rua, somente pessoas. Foi nesse momento que ele entendeu como o aplicativo operava, “Eu não preciso das pessoas, só do celular delas”, ele diz ter pensado.

A ação chamou atenção da internet, e a intervenção artística repercutiu mundo a fora, especialmente com um vídeo de cerca de dois minutos mostrando o alemão em ação com seu simpático carrinho de mão carregado de “carros”. Por mais lúdica que tenha sido, a manifestação artística teve um propósito e uma provocação séria.

De acordo com Simon, ele tinha interesse em explorar a maneira como nos conectamos como sociedade, a tecnologia, e a maneira que ela consegue facilmente nos moldar. 

As ruas, completamente vazias, permaneceram assim por um bom tempo, enquanto o suposto engarrafamento existia. Isso mostra que as pessoas realmente estavam aceitando fazer um desvio desnecessário, somente porque o aplicativo as indicou a fazê-lo. Em entrevista para o site Motherboard, o artista disse que as pessoas focam muito em dados, e tendem a não interpretá-los de nenhuma maneira.

Ele provou, a teoria na prática. Uma vez que outras partes da cidade podem ter ficado com reais congestionamentos por causa da maneira que ele utilizou o aplicativo. Weckert, durante a entrevista, fez um discurso acerca do poder que os mapas podem oferecer, afirmando que eles não são o território em si, apenas uma ramificação dele.

Inclusive, outro trabalho dele reunia em seu site pessoal diversas fronteiras entre países com conflitos diplomáticos, e como o próprio Google Maps definia as fronteiras entre essas nações. Por exemplo, a fronteira entre Rússia e China em certos pontos dará a ideia de que áreas intermediárias entre os países (como montanhas ou reservas naturais) pertencem a uma potência ou outra, como se estivesse agradando o residente do local em que se encontra.

O Google respondeu a ação do homem quando procurada pela revista Wired, e afirmou que encara a ação positivamente, uma vez que encoraja os usuários a utilizar seu produto de maneira criativa, e que também ajuda os próprios desenvolvedores a aperfeiçoar sempre o programa.

A abordagem simples do artista foi proposital, uma vez que ele não foi o único espertinho a tentar ludibriar o algoritmo do Maps, mas da maneira que o fez tornou essa ação bastante compreensível para um público mais amplo o possível.


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