Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / Submarino

Submarino que implodiu: Relatos controversos de CEO da OceanGate ressurgem

Falas controversas do CEO da OceanGate, responsável pelo submarino que implodiu, chamam atenção

Redação Publicado em 23/06/2023, às 17h51

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Stockton Rush, CEO da OceanGate e foto do submersível - Reprodução/Vídeo e Divulgação/OceanGate
Stockton Rush, CEO da OceanGate e foto do submersível - Reprodução/Vídeo e Divulgação/OceanGate

Nos últimos dias, o caso do submersível que desapareceu no Oceano Atlântico durante uma expedição até os destroços do Titanic chamaram atenção ao redor do mundo.

Na última quinta-feira, 22, a Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou a implosão do veículo subaquático e também a morte das cinco pessoas a bordo, quando o mesmo desapareceu no último domingo, 18. 

Uma das cinco pessoas que faleceram durante a tragédia é Stockton Rush, CEO da empresa responsável pelo submarino, a OceanGate. Ele era o piloto da expedição que terminou em tragédia no local que hoje abriga os destroços do Titanic, que naufragou em 1912. Com a repercussão mundial das buscas pelo submarino, falas controversas de Stockton ressurgiram e despertaram a indignação de internautas. 

Durante entrevista ao blogueiro de viagens mexicano Alan Estrada, do canal do YouTube "Alan por el mundo", Stockton revelou que 'quebrou algumas regras' durante a construção do submersível. Segundo a CNN Internacional, o vídeo foi publicado em setembro de 2021.

 Stockton Rush, CEO da OceanGate /Crédito: Reprodução/Vídeo

"Gostaria de ser lembrado como um inovador. Acho que foi o general McArthur que disse: você será lembrado pelas regras que você quebrou. Eu quebrei regras ao fazer isto, eu acho que as quebrei com lógica e boa engenharia de suporte", explicou o CEO da OceanGate.

Quebrando regras

Em seguida, Stockton disse ter quebrado uma regra e também falou que o submersível se trata de uma 'inovação' e não 'invenção'. 

"Misturar fibra de carbono e titânio é uma regra que você não quebra, mas eu quebrei. É escolher que as regras que você quebre adicionem valor para os outros e para a sociedade, e acho que isso tudo tem a ver com inovação. Não é invenção", explicou ele.

Para Stockton, o futuro da humanidade não estaria em Marte. Na visão dele, isso só seria possível debaixo d'água.

"É aqui onde nós vamos encontrar as estranhas novas formas de vida. O futuro da humanidade é subaquático; não está em Marte. A gente não vai ter uma base em Marte ou na Lua. Vamos tentar, vamos desperdiçar muito dinheiro, mas vamos ter sim uma base subaquática. Quando o sol se extinguir, ainda vai ter essas formas de vida lá embaixo vivendo", enfatizou o CEO. 

Outra declaração controversa de Stockton se deu durante entrevista ao Unsung Science, de David Pongue, jornalista que fez uma expedição no passado até o Titanic. Ele disse que "em algum momento, a segurança é apenas puro desperdício". Na visão do então CEO da OceanGate, riscos estão presentes em todos os lugares.

"Você sabe, em algum momento, a segurança é apenas puro desperdício. Quero dizer, se você só quer estar seguro, não saia da cama, não entre no seu carro, não faça nada. Em algum momento, você vai correr algum risco, e é realmente uma questão de risco-recompensa", afirmou ele. 

No momento em que o submersível desapareceu, a estrutura do veículo chamou atenção de internautas. O jornalista David Pongue já havia fez relatos alarmantes sobre a expedição.

Alertas ignorados

Inicialmente, David disse que o submarino só foi capaz de descer 10 metros de profundidade, afinal, teve problemas técnicos em uma das tentativas. Além disso, o jornalista também relatou que o 'Titan', como é chamado o submersível, teve falhas de comunicação com a superfície e também se 'perdeu' durante duas horas e 30 minutos.

"O submarino era dirigido com controle de videogame. E não tinha GPS, nem cabo que o ligasse até a superfície, mas o fabricante garantiu que a cápsula, que é o mais importante, é segura, blindada, feita pela NASA", disse o jornalista.

Foto do submersível que implodiu /Crédito: Divulgação/OceanGate

Rob McCallum, especialista de exploração em alto mar, contou a BBC que trocou e-mails com Rush a respeito dele colocar os clientes em potencial risco. Também disse que o submarino deveria ser avaliado por um órgão independente para assim ser utilizado em expedições. Rush respondeu que estava 'cansado de gente da indústria que tenta usar argumentos de segurança para impedir a inovação'. 

Rush também disse: "Ouvimos os gritos infundados de 'você vai matar alguém' com muita frequência" e que "Tomo isso como um sério insulto pessoal". McCallum pediu que a empresa tivesse cuidado com as expedições, afinal, o Titan não foi avaliado ou certificado por órgãos independentes.

"Imploro que tomem todo o cuidado em seus testes e testes no mar e sejam muito, muito conservadores", disse. "Por mais que eu aprecie o empreendedorismo e a inovação, você está potencialmente colocando todo um setor em risco."