Sucesso nos anos 1990, a obra marcou a TV brasileira ao misturar drama com espiritismo
Em abril de 1994, estreava na TV Globo uma telenovela capaz de angariar os olhares do público brasileiro ao envolver um enredo dramático com espiritismo; 'A Viagem' não apenas pautava a vida após a morte com intervenções sobrenaturais, mas fazia referências sobre obras do médium brasileiro Chico Xavier, passando na faixa das 19h.
Cotada para ser um dos próximos remakes da emissora após o sucesso de ‘Pantanal’ na faixa das 21h, a obra marcou a televisão brasileira com seus personagens marcantes. Sabendo disso, o Aventuras na História separou alguns fatos pouco conhecidos sobre esta notória produção.
Se engana quem acredita que a transmissão de 1994, conhecida por abusar de efeitos gráficos na época, foi a primeira a usar o enredo; 19 anos antes, em 1975, a versão original de 'A Viagem' foi exibida na emissora carioca com Eva Wilma sendo Diná, Ewerton de Castro no papel de Alexandre e Tony Ramos como Téo.
O portal Memória Globo relata que, uma das pesquisas encomendadas revelou que, durante o período de exibição, livrarias brasileiras registraram um aumento de 50% na venda de livros com a temática espírita, mostrando a força e repercussão de 'A Viagem' na época.
Lucinha Lins contou que a cena da cremação de Alexandre teve momentos de forte emoção ao elenco, devido ao fato do cenário ser semelhante ao velório de Guilherme, filho da atriz Christiane Torloni, que faleceu em 1991, após um acidente. À revista Quem, ela contou que durante a cena, uma borboleta amarela posou no caixão cenográfico, justamente na frente de Christiane.
"Tivemos que parar a cena. Ela rondou a Christiane várias vezes e pousou nela, que teve uma crise de choro atrás do cenário. Todos chorávamos pela cena em si, pelo que o nosso coração estava sentindo, pelo que a Christiane estava vivendo. Essa borboleta foi de uma delicadeza. Foi um alento para todos nós", disse Lucinha.
Ainda de acordo com o portal de memória da TV Globo, a exibição da novela ocorreu entre os meses de abril e outubro de 1994, com 160 capítulos indo ao ar na faixa das 19h, ou seja, antecedendo o 'Jornal Nacional'.
Mesmo assim, angariou um público digno de produção das 21h, sendo considerada pela emissora a novela mais assistida nessa faixa de horário na década de 1990.
Em entrevista ao GShow, o ator Guilherme Fontes lembrou do dia em que assustou os passageiros de um metrô ao entrar no transporte com uma roupa semelhante a de seu personagem na novela. Acontece que, em ‘A Viagem’, Guilherme interpretava o vilão Alexandre, um espírito obsessor.
São muitas as histórias de fãs e outras tantas que vivi pessoalmente, como o dia em que resolvi pegar o metrô vestido de Alexandre, todo de preto, e ninguém quis falar comigo. Acho que pensaram se tratar de assombração mesmo", disse ao portal.
