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Matérias / Reconstrução facial

Tachado de vampiro: A história por trás do rosto de um homem do século 18

Os conterrâneos de John Barber teriam pensado que ele era uma criatura sugadora de sangue. Entenda!

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 13/11/2022, às 08h00 - Atualizado em 19/01/2023, às 16h24

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Montagem mostrando a reconstrução facial e o crânio do homem - Divulgação/ Paranon NanoLabs
Montagem mostrando a reconstrução facial e o crânio do homem - Divulgação/ Paranon NanoLabs

Um grupo de cientistas forenses da empresa tecnológica Paranon NanoLabs e do Laboratório de Identificação de DNA das Forças Armadas dos EUA foi capaz de mostrar ao mundo como era o rosto de John Barber, que morreu no estado norte-americano de Connecticut no século 18. 

A cova do homem, que se encontrava sem identificação, foi descoberta em 1990, quando um grupo de crianças brincando na região topou com um antigo cemitério. Era uma revelação curiosa.

O túmulo de Barber, em particular, chamou a atenção dos arqueólogos da época devido à curiosa disposição no qual seus ossos haviam sido colocados. Ambos os fêmures do norte-americano haviam sido retirados de suas pernas e cruzados sobre o peito do cadáver.

Era o início de uma história misteriosa, que foi esclarecida ao longo de anos, graças às contribuições de estudos diferentes. E, no mês de novembro, resultou em uma pesquisa incrível, capaz de imaginar o rosto do homem do século 18. 

Sobrenatural e mundano

Um dos primeiros aspectos a serem solucionados foi o arranjo diferenciado do esqueleto. Segundo uma pesquisa de 2012 repercutida pelo Smithsonian Magazine, essa era uma prática de teor supersticioso, usada para impedir que vampiros abandonassem suas sepulturas para atacarem os vivos. 

No século 18, a região onde John Barber morava passou por uma série de "pânicos de vampiros". Isso, pois havia um número crescente de pessoas adoecendo e morrendo de maneira aparentemente inexplicável na área.

Na verdade, eles viviam surtos de tuberculose. A falta de conhecimento a respeito da doença, por sua vez, levava muitos povoados a atribuírem um significado sobrenatural aos eventos observados. 

Outro estudo, esse de 2019, fez uma análise de DNA dos restos mortais, que foi como o homem foi identificado. Além de seu nome, os especialistas descobriram que Barber era um fazendeiro, e tinha 55 anos quando faleceu. Sua causa de morte foi nada menos que a tuberculose.

Os ossos de John Barber / Crédito: Divulgação/ Paranon NanoLabs 

Visualizando o passado 

Já a pesquisa deste ano de 2022 permite que vejamos como — provavelmente — era a aparência do norte-americano cujos conterrâneos pensaram ser vampiro.

Para realizar a construção facial de John, os cientistas combinaram a análise genética, que ofereceu dados sobre as cores de sua pele, cabelo e olhos, com um modelo 3D do crânio encontrado.

O processo, vale mencionar, foi considerado desafiador pela equipe devido à fragilidade dos restos mortais com dois séculos de idade. 

Quando os ossos envelhecem, eles se quebram e se fragmentam ao longo do tempo. Além disso, quando os restos permanecem expostos ao ambiente por centenas de anos, o DNA do ambiente, de coisas como bactérias e fungos, também se mistura com a amostra. Queríamos provar que ainda podemos extrair DNA de amostras históricas difíceis", explicou Ellen Greytak, uma das líderes do projeto, em entrevista à LiveScience. 

O resultado, que foi criado através da utilização de um software, exibe um homem de pele clara, olhos e cabelos escuros, com algumas sardas e um rosto magro.