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Matérias / Personagem

Tentaram colocar no poder: Januária de Bragança, a filha não tão conhecida de Dom Pedro I

Irmã mais velha de Dom Pedro II, ela tinha apenas 14 anos quando o Parlamento tentou colocá-la na regência de um país repleto de revoltas

André Nogueira Publicado em 08/06/2020, às 11h47

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Januária - Wikimedia Commons
Januária - Wikimedia Commons

Januária de Bragança era filha do Imperador Pedro I com Dona Leopoldina. Nascida sete meses antes da emancipação do país, em 1822, a Condessa d’Áquila ficou conhecida, posteriormente, como Princesa da Independência. Nasceu em março daquele ano, no Palácio de São Cristóvão.

Aos quatro anos de idade, tornou-se órfã da mãe diante da morte de Leopoldina. Passou a viver com os irmãos e diversos tutores, mas com pouca presença do pai. Já aos nove, perdeu a presença física dele: Pedro abdicou e voltou a Portugal. Porém, a menina continuou se comunicando com o imperador através de cartas.

Com a fuga de Pedro, as normas de sucessão do trono tiveram que ser revistas, com a possibilidade de D. Januária se tornar regente. O Parlamento se reuniu e a declarou Princesa Imperial: a oposição do regente Padre Diogo Feijó a impediu de assumir.

Uma cerimônia foi realizada com ela, na época aos 14 anos, em que, trajando um vestido de ouro repleto de insígnias, foi declarada Princesa, cargo que manteve até o nascimento de Afonso, filho do irmão.

Regente Feijó / Crédito: Wikimedia Commons 

Porém, com o cenário caótico do país e a minoridade do primogênito masculino (D. Pedro II), a campanha em favor da nomeação de Januária como regente se fortaleceu. Isso se intensificou a partir de 1836, com a crise do Governo Regencial. Assim, a ala liberal dos deputados passou a defender que Januária tomasse o poder.

A ideia não progrediu, por falta de apoio condicional — era contra intuitivo permitir uma regente mulher e menor de idade. Em 1837, Feijó renunciou e indicou ao cargo um opositor político, o senador pernambucano Pedro de Araújo Lima. O comando do país começou a se normalizar, apesar das revoltas ainda estarem ocorrendo. Pouco tempo depois, o Parlamento articulou o Golpe da Maioridade, colocando o jovem Pedro II no poder.

A infância de Januária foi marcada pela educação rigorosa, além dessas fortes conturbações políticas. Introduzida profundamente na cultura aristocrática, ela foi alvo de um casamento arranjado a partir dos 20 anos e, assim como o irmão, teve seu matrimônio articulado em uma aproximação diplomática do Brasil com o Reino das Duas Sicílias.

Em 1844, casou-se com Luís Carlos, Conde de Áquila e príncipe do reino italiano, irmão de Maria Teresa, esposa do Imperador brasileiro. Sua mãe era irmã da avó Carlota Joaquina da Espanha, esposa de Dom João VI. De acordo com as condolências matrimoniais, ambos seriam tratados como Alteza Imperial no Brasil, por conta do título de princesa imperial da moça.

Dona Januária com os filhos / Crédito: Wikimedia Commons

Os dois tiveram cinco filhos, nascidos na Itália. No entanto, esse casamento não seguiu a forma clássica de acordos, como era costume na corte do Rio de Janeiro.

Buscaram o nascimento dos descendentes dos Bragança no Brasil para impedir uma crise dinástica: Luís Maria, Maria Isabel, Felipe Luís, Germana e Mário Emanuel.  Os dois gozaram de ampla moral política e capacidade de articulação, vivendo a princípio em Nápoles.

Entretanto, a condessa não passou o final da vida na região central da Itália, onde Áquila e Nápoles ficam, mas sim na região da costa mediterrânea, sul da atual França, na cidade de Nice. A condessa veio a óbito em 1901, aos 79 anos, sendo a última filha do Imperador D. Pedro I e deixar o mundo.


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