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Matérias / Voo Rio-Paris

Voo Air France 447: O que causou o acidente aéreo fatal de 2009?

Tema de novo documentário 'Rio-Paris: A Tragédia do Voo 44', o acidente aéreo de 2009 chocou o mundo e impulsionou mudanças na aviação geral

Avião que sofreu trágico acidente em 2009 - Foto por Pawel Kierzkowski pelo Wikimedia Commons
Avião que sofreu trágico acidente em 2009 - Foto por Pawel Kierzkowski pelo Wikimedia Commons

Na última semana, foi lançado pelo Globoplay o novo documentário 'Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447'. A estreia da produção ocorreu no dia 31 de maio, exatos 15 anos depois do trágico acidente aéreo do Voo Air France 447, que partiu do Rio de Janeiro com destino a Paris, vitimando 228 pessoas — 59 brasileiros —, entre tripulação e passageiros.

Durante o percurso, a aeronave de modelo Airbus A330 enfrentou uma tempestade e outras falhas técnicas, o que a deixou em queda livre por quatro minutos, antes de cair no Oceano Atlântico. Desde então, os familiares das vítimas entraram em disputa judicial contra a Airbus e a Air France, alegando culpa por parte das empresas.

+ Há 15 anos, avião que saiu do Rio com destino a Paris causava 228 mortes;

Acidente

Conforme as investigações, o avião lidou com uma série de fatores que contribuíram para a tragédia. Por exemplo, no trajeto, enfrentou uma forte tempestade tropical da qual outras aeronaves desviaram. No ar, sob baixas temperaturas, os tubos de pitot — que ajudam a apontar a velocidade do avião — congelaram, desativando o piloto automático.

Nas mãos dos pilotos, os motores do avião funcionavam no momento da queda, no entanto, as asas foram incapazes de captar ar o suficiente para permanecer no ar. Na ocasião, quem comandava a aeronave era o comandante Pierre-Cedric Bonin, de 32 anos e o menos experiente da equipe; o mais experiente, Marc Dubois, de 58 anos, estava dormindo.

A razão para os familiares das vítimas processarem a empresa é que, conforme apurou as investigações, foi apontada uma liderança inadequada da tripulação, que não agiu corretamente com a perda de leitura de velocidade e, ainda por cima, manteve a aeronave muito alto, provocando um estol aerodinâmico.

Parte do avião que foi encontrado em alto-mar / Crédito: Divulgação/Globo

O estol, vale mencionar, ocorre quando a inclinação do avião impede a circulação do ar sobre a parte superior da asa, levando à perda de sustentação do avião, mostra o documentário. Geralmente, o piloto deve abaixar o nariz da aeronave para lidar com esse problema, mas Bonin o levantou.

Em meio à queda, o comandante mais experiente até mesmo acordou e tentou agir para lidar com a queda livre, mas não foi o suficiente e o avião caiu no mar, vitimando todos a bordo.

Mudanças de treinamento

A queda do AF447 motivou mudanças na aviação, levando a melhorias no setor de manuseio de perda de controle, além de alterações no treinamento dos pilotos, para lidarem com as adversidades adequadamente.

Segundo autoridades francesas, as mudanças se devem à resposta incorreta da tripulação frente a formação de gelo. Foi alegado que não havia treinamento necessário para voar em altitudes tão altas, como ocorreu no caso do voo Air France 447.

Além disso, também foi notado que uma tela chamada "diretor de voo" apresentou sinais inconsistentes. Desde então, esse mecanismo foi redesenhado para se desligar em eventos do tipo.

Registro dos destroços do avião / Crédito: Roberto Maltchik, TV Brasil

Conclusão do caso

No ano passado, os julgamentos em torno desse caso finalmente chegaram ao fim, 14 anos após a tragédia. Em outubro de 2022, o julgamento da Air France e da Airbus começou, marcando a primeira vez que as empresas francesas foram julgadas por homicídio culposo. Foi em abril de 2023 que acabaram absolvidas, e o caso foi julgado como acidente.