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Vitrine / Personagem

A história de Louis Braille, o criador do sistema de leitura para cegos

Conheça o francês que possibilitou a leitura e a escrita para deficientes visuais

Lucas Peçanha Publicado em 29/03/2024, às 16h30

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Conheça o francês que possibilitou a leitura e a escrita para deficientes visuais - Créditos: Reprodução/Amazon
Conheça o francês que possibilitou a leitura e a escrita para deficientes visuais - Créditos: Reprodução/Amazon

Em Coupvray, uma comuna francesa, no ano de 1809, nascia Louis Simon Braille. Filho de Simon-René e Monique, Louis sofreu um acidente ainda muito jovem, aos três anos de idade, enquanto mexia nas ferramentas de marcenaria do pai, sendo atingido no olho por uma sovela, utilizada para fazer furos no couro e possibilitar a passagem da agulha e da linha.

Em entrevista para o Ecoa, da UOL, o historiador goiano Daniel Neves Silva afirmou que a visão do olho esquerdo de Louis ficou comprometida em decorrência do acidente. E para piorar, a infecção chegou a se alastrar para o olho direito do garoto.

 O olho ferido infeccionou. Essa infecção avançou tanto que acabou chegando ao outro olho. Não demorou muito, Braille estava cego dos dois olhos ainda na infância. Isso levou os pais a se preocuparem ainda mais com a educação dele, uma vez que dali para frente ele necessitaria de cuidados especiais, disse o historiador durante a entrevista.

Escola para cegos

Valentin Haüy foi um pedagogo francês bastante dedicado em ajudar os cegos, dedicando a sua vida na investigação de técnicas que tornassem possível a integração socioprofissional dessas pessoas. Em 1785, Haüy criou a primeira escola para pessoas com deficiência visual do mundo, chamada Instituto Real de Jovens Cegos de Paris, existente até os dias de hoje.

Mesmo estudando em uma escola comum, sem nenhum apoio especial para pessoas com a sua condição, o jovem Braille não foi impedido de obter um excelente desempenho nos estudos – sendo considerado acima da média. E graças ao seu desempenho exemplar, Braille foi agraciado com uma bolsa de estudos para o instituto criado por Valentin Haüy, onde obteve um material didático apropriado.

O método de alfabetização para pessoas cegas, criado por Haüy, consistia em imprimir as letras em alto relevo, e fazer com que os alunos usassem as mãos para distinguir uma da outra. Porém, esse método foi considerado difícil para os alunos.

O método de escrita noturna

Bastante inquieto e proativo, Braille demonstrava bastante empenho em arrumar uma solução para as pessoas cegas. Para a sua sorte, em 1821, o oficial francês Charles Barbier de La Serre foi até a sua escola para mostrar aos alunos um método que ele havia criado para o exército francês. Charles, a mando de Napoleão Bonaparte, criou um código que pudesse ser lido pelos soldados no escuro. Apelidado de “escrita noturna”, o método utilizava-se de pontos e traços. 

O método acabou entrando em desuso, pois os soldados acharam o seu sistema bastante complexo –  isso devido à sua baixa velocidade de decifração e sua grande quantidade de sinais. E, a fim de melhorar o método apresentado, Braille dedicou os próximos três anos estudando sobre ele e, aos 15 anos, em 1824, criou o método Braille.

Surge o método Braille

Aperfeiçoando o método criado por Charles Barbier, Braille criou um sistema que usava como base o alfabeto francês e os números, com 63 possibilidades de combinações em alto relevo. Em 1826, dedicou-se em introduzir o método criado para seus colegas e, três anos depois, publicou-o em um livro. Mais tarde, seu método foi republicado, agora explicando como o seu sistema funcionava.

Quem adotou o método criado por Braille foi o Doutor Pignier, diretor do Instituto Nacional para Jovens Cegos, que quis aplicar a criação do rapaz na instituição – mesmo antes de ser oficializada. Tamanha insistência, o diretor foi demitido de seu cargo.

Reconhecimentos póstumos

Louis Braille veio a falecer aos 43 anos, em 1852, vítima de uma tuberculose e, infelizmente, a sua criação foi oficializada apenas dois anos após a sua morte, em 1854, tornando-se o método oficial de alfabetização para pessoas cegas na França. E não demorou para o método Braille tornar-se conhecido no Brasil.

Antes mesmo da criação de Braille ser oficializada em território francês, José Álvares de Azevedo, um estudante de intercâmbio cego – que viria a se tornar o primeiro professor cego brasileiro –, conheceu o sistema e, encantado por ele, resolveu contribuir com as pessoas cegas que habitavam a sua terra natal e mostrou a elas a criação de Braille

José, então, decide retornar ao Brasil, e consegue uma audiência com Dom Pedro II, em 1850. Resultado daquela reunião com o monarca, saía a autorização imperial para fundar a primeira escola especializada para pessoas cegas. 

Quatro anos depois, em 1854, no mesmo ano em que o Braille era oficializado na França, foi fundado no Brasil o Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Assim como Braille, José não pôde presenciar o início do funcionamento do instituto, pois viria a falecer naquele mesmo ano, também vítima de tuberculose. 

Atualmente, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos chama-se Instituto Benjamin Constant, e está localizado no bairro da Urca, na cidade e estado do Rio de Janeiro.


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Who Was Louis Braille?, de Margaret Frith (2014) - https://amzn.to/3S3LmJD

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