Bíblia escocesa de 318 anos - Reprodução/Video/KCCI
Escócia

Bíblia escocesa de 318 anos é encontrada de maneira inusitada nos EUA

Antiga escritura ainda continha registros de seus primeiros donos e suspeita de irregularidade que poderia ser punível de morte

Fabio Previdelli Publicado em 29/11/2023, às 14h22

Enquanto investigava uma biblioteca comunitária de uma casa de repouso em Indianola, no estado norte-americano de Iowa, a dona de uma livraria fez uma descoberta notável: uma Bíblia escocesa de 318 anos.

Comecei a investigar e caí na toca do coelho", disse Kathy Magruder ao Local 12 News.

Convidada pelo centro de repouso Comunidade Calvin em Des Moines, Magruder passou a investigar o acervo do local em busca de algum item de valor. "Havia muitos livros antigos que eram divertidos. Mas acabei vendo esse em uma estante", relatou ao Independent Advocate.

Sem saber direito do que se tratava, a dona da livraria notou algo especial no livro antigo que estava coberto de poeira: sua encadernação de couro e suas páginas gastas e mofadas já contavam uma história por si só.

"As páginas faziam barulho quando você as virava, um som pouco diferente de um livro novo. Elas pareciam diferentes, e o livro tinha um cheiro um pouco diferente de qualquer outro", explicou.

A origem

Quanto mais Magruder investigava, mais ela descobria sobre o antigo escrito. A pesquisa da dona da livraria apontou que a obra tratava-se de uma Bíblia encadernada em couro que foi impressa em Selkirkshire, Escócia, em 1705.

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Kathy também suspeitava que a Bíblia poderia ter sido impressa sem a supervisão da Igreja; o que, na época, era um crime punível com a morte. Mas ainda restava saber como o livro havia ido da Escócia até Iowa.

Por sorte, ao folhear a edição, a mulher encontrou informações sobre os antigos proprietários: um papel amarelado e manchado contava que um homem chamado James Burnet havia se casado com Janet Scott em 1761. O casal tivera três filhas.

Outro registro, datado de 1773, apontava: "Janet Scott, minha esposa, morreu na quarta-feira, terceiro dia de novembro de 1773, aos 33 anos, vítima de varíola".

As escritas ainda explicavam que uma das filhas do casal, Gideona, se casou com um homem chamado Archibald Dunlap, em 1798. Juntos, eles tiveram nove filhos, sendo que o último deles nasceu em 1814. Depois disso, porém, não existia mais informações.

Ainda em busca da origem da obra, a dona da livraria descobriu que a Bíblia havia sido impressa por uma empresa de propriedade Andrew Anderson — um impressor londrino na década de 1650. Daí surgiu uma divergência, visto que o livro marcava que havia sido impresso em 1605.

Ao buscar informações em um grupo do Facebook, outro colecionador de livros informou que a Bíblia tinha um erro de impressão de direitos autorais bem documentado. Além do mais, na verdade, a edição havia sido impressa 100 anos depois, em 1705.
O especialista ainda relatou que as palavras "Cum Privilegio", na página de título da Bíblia, indicavam que ela havia recebido permissão da monarquia britânica para ser comercializada.

Para publicar, você basicamente tinha que ser certificado e, se não fosse, eles iriam rastreá-lo, julgá-lo e executá-lo", finalizou Magruder. "Isso era algo realmente perigoso".
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