Evidências de ossos transformados em ferramentas foram encontradas em uma caverna no Marrocos
Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 21/09/2021, às 14h43
Pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha, examinaram objetos descobertos na Caverna Contrebandiers, em Marrocos, e apontaram que podem ser evidências mais antigas da produção de roupas pelo Homo sapiens. As informações publicadas foram em um estudo na última quarta-feira, 16.
Foram encontrados 62 ossos na caverna que, segundo os cientistas, parecem ter sido talhados para se transformar em ferramentas de trabalho, como é feito nos dias atuais, por exemplo. Mas esse é apenas um dos exemplos dos itens achados.
Os itens são variados e podem ter sido usados para diferentes materiais. As ferramentas usadas para remover e preparar o couro de pele de animais, também serviriam para outras atividades. Os objetos seriam ideais, ainda, para produções de abrigos.
Os objetos, que remontam a 90 e 120 mil anos atrás, possuem uma extremidade larga e arredondada, possuindo características como as de espátulas. O estudo aponta que os artefatos provavelmente foram formados a partir de costelas de animais.
A ciência ainda não sabe quando roupas definidas passaram a ser produzidas e usadas pelos Homo sapiens. No entanto, especialistas indicam que isso pode ter acontecido há 120 mil anos, podendo chegar a até 170 mil, segundo pesquisas anteriores. Para chegar a esse número, foi necessário analisar as ferramentas usadas, principalmente devido à difícil conservação das roupas.
A pesquisadora do Instituto Max Planck, Emilly Hallett , explicou que foram encontrados ainda ossos de raposa, chacal e gato selvagem que não estava em suas formas originais e apresentavam marcas de ranhuras e arranhões, além de estarem mais brilhantes que o normal. Isso poderia indicar uma retirada dos animais.
“Estou muito animada com as marcas de esfola [nos ossos], porque não vi esse padrão sendo descrito antes. Minha esperança é que os arqueólogos que trabalham em locais muito mais antigos também comecem a procurar esse padrão ”, destacou Hallett à CNN.
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