Imagens mostrando alguns dos ornamentos encontrados na sepultura - Divulgação/ Journal of Archaeological Method and Theory
Arqueologia

Enterro de bebê há 10 mil anos revela curioso ritual funerário

Um estudo recente especulou a respeito dos significados por trás de um sepultamento infantil

Ingredi Brunato, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 28/09/2022, às 19h07 - Atualizado em 04/10/2022, às 09h26

Um artigo científico publicado pelo Journal of Archaeological Method and Theory no fim do último mês de agosto buscou desvendar os significados por trás de um ritual funerário realizado na Itália há 10 mil anos. 

O sepultamento estudado era de um bebê do sexo feminino que tinha entre 40 e 50 dias de vida. Curiosamente, a pequena, batizada pelos especialistas de "Snow", foi enterrada junto de diversos pingentes e conchas marinhas. 

Um detalhe de relevância é que esses ornamentos possuíam sinais de desgaste pelo uso, mostrando que foram criados e utilizados desde muito antes do nascimento da menina. Esse fato levou os pesquisadores a se questionarem, portanto, porque esses artefatos, que foram possivelmente passados de geração em geração, teriam sido enterrados com a bebê. 

Dado o esforço necessário para criar e reutilizar pingentes ao longo do tempo, é interessante que a comunidade tenha decidido se desfazer deles no enterro de um indivíduo tão jovem", apontou Claudine Gravel-Miguel, a antropóloga que liderou o estudo, segundo repercutido pelo Phys.org. 

Teoria 

A hipótese levantada pelo artigo para responder à questão parte da teoria de que os objetos ornamentais seriam vistos como proteções "contra o mal", uma interpretação que é baseada em pesquisas anteriores. 

Como a bebê morreu a despeito de usá-los, todavia, pode-se dizer que os artefatos teriam "falhado" na função simbólica que a comunidade atribuía a eles. Dessa forma, em vez de reutilizá-los, eles foram descartados ao serem sepultados junto do cadáver de Snow. 

Este artigo contribui com informações verdadeiramente originais sobre a arqueologia dos cuidados infantis. Ele une a ciência e a arte da arqueologia para chegar ao elemento 'humano' que impulsiona o tipo de pesquisa que fazemos", afirmou Julien Riel-Salvatore, co-autor do artigo. 

+ Confira o estudo na íntegra clicando aqui. 

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