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Era Napoleônica: guerra em massa

A era que inaugurou os conflitos entre gigantescos exércitos nacionais e suas novas armas

Fabiano Onça Publicado em 01/09/2005, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

Durante as Guerras Napoleônicas, os pequenos exércitos profissionais mantidos pelos países e reinos europeus deram lugar a enormes concentrações de tropas reunidas através da conscrição nacional. "Napoleão inventou o exército tal como o concebemos hoje. Ele se aproveitou da criação de uma nova mentalidade para criar um exército baseado no recrutamento. Lutar era dever e direito de qualquer cidadão", argumenta o professor Wilson Batista, especialista em história moderna da Universidade de São Paulo. A massificação dos exércitos trouxe a padronização. De uniformes a balas de canhão, todo o material bélico se adaptou a um tipo de conflito cada vez mais industrial. Mas, se foi a aurora para armas como as da artilharia, para outras foi um verdadeiro canto de cisne. Nas décadas seguintes, diante da sofisticação das armas de fogo, seria cada vez mais raro ver uma carga de cavalaria no campo de batalha.

Navios de linha

O QUE ERAM?

Estes enormes navios de guerra eram chamados assim porque o conceito de batalha naval na época se baseava na troca de tiros entre duas linhas de navios inimigos. Os barcos permaneciam estáticos, lutando até que um dos lados se rendesse ou mesmo afundasse.

POR QUE ENTROU PARA A HISTÓRIA?

As Guerras Napoleônicas marcaram o apogeu do chamado "navio de linha" - os últimos grandes barcos a vela. Não era todo navio que podia participar da linha. Navios menores realizavam outras tarefas, como escolta e comunicação. Apenas os pesadões, com no mínimo 74 canhões a bordo, eram aptos a encarar esse tipo de combate.

HMS VICTORY

Tonelagem: 3,5 mil toneladas

Comprimento total: 69,30 m

Altura: 62,50 m (da linha d´água ao topo do mastro principal)

Propulsão: 5.440 m 2 de velas

Velocidade máxima: de 15 a 17 km/h (de 8 a 9 nós)

Autonomia: limitada pela água e por provisões

Tripulação: 850 homens

Armamento: 104 canhões

Granadeiro da velha guarda imperial

O QUE ERA?

A Guarda Imperial era a tropa de elite de Napoleão. Seu nome vem de Garde du Directoire, uma unidade que protegia o governo revolucionário da França formada por republicanos fanáticos. Em seu auge, era composta por três alas. A Jovem Guarda, composta pelos melhores novatos do exército. A Guarda em si, formada pelos veteranos das campanhas de 1806 a 1809. E a Velha Guarda, dos primeiros veteranos.

POR QUE ENTROU PARA A HISTÓRIA?

A Guarda era o terror dos adversários. Até Waterloo, ela nunca havia recuado em batalha. Napoleão mimava suas tropas de elite, especialmente a Velha Guarda, com rações, soldo e equipamentos melhores. Ele também a ouvia. E ela reclamava, a ponto de ganhar o apelido de les grognards, algo como "os reclamões". Em Waterloo, a Velha Guarda preferiu a morte à rendição.

FICHA TÉCNICA

Arma principal: mosquete Charleville, calibre .70

Arma secundária: sabre (90 cm)

Equipamentos (peso): cerca de 30 kg

BAIONETA

Cargas de baioneta eram comuns nessa época e um meio eficiente de assaltar uma posição, uma vez que as armas de fogo ainda não possuíam boa mira e cadência de tiro alta.

Fuzileiro da 52ª Oxfordshire

O QUE ERA?

Essa experiente unidade de infantaria lutou sob o comando de Wellington durante a Guerra Peninsular na Espanha. Antes, já havia atuado na Guerra de Independência norte-americana e em revoltas antibritânicas na Índia. Foi a última unidade britânica a deixar a França, em 1818.

POR QUE ENTROU PARA A HISTÓRIA?

Esse regimento de infantaria leve lutou contra a Velha Guarda nos últimos momentos de Waterloo. É tida pelos ingleses como uma das unidades que "pararam" os veteranos de Napoleão. Pesquisas recentes minimizam o feito, argumentando que a Velha Guarda foi principalmente atacada por holandeses e belgas e que o mito é uma fanfaronnade anglaise (fanfarronice inglesa).

FICHA TÉCNICA

Arma principal: mosquete New Land Light Infantry, calibre .75

Equipamento (peso): cerca de 30 kg

BALA E MECANISMO DE IGNIÇÃO

As balas dos mosquetes nada mais eram do que uma bolota de chumbo colocada junto a uma reserva de pólvora. Quando o mecanismo de ignição do mosquete agia, as faíscas alcançavam a pólvora, deflagrando a explosão da bala.

Artilharia

O QUE ERA?

Chamada carinhosamente pelos franceses de le Brutal (a brutal), a artilharia ganhou espaço no exército napoleônico graças ao desenvolvimento técnico (como a padronização das bocas de fogo), à mudança de doutrina militar e à ascenção de oficiais oriundos da artilharia, especialmente a de Napoleão.

POR QUE ENTROU PARA A HISTÓRIA?

A artilharia francesa era rápida, leve e poderia ser utilizada em vários lugares do campo de batalha - algo crucial na estratégia napoleônica. Para dar idéia de sua ascenção, em 1796 havia apenas 60 peças de artilharia no exército francês estacionado na Itália. Na Batalha de Borodino, na Rússia, em 1812, o número havia subido para 1,2 mil peças, disparando 15 mil projéteis por hora.

FICHA TÉCNICA

Calibre: 57 mm (6 pounder)

Alcance efetivo: 725 m

Alcance máximo: 1.350 m

Operação: 4 homens

Cavalaria

O QUE ERA?

Ao longo da história, a cavalaria sempre foi dividida em leve e pesada. A cavalaria leve era usada para reconhecimento e para perseguir a infantaria adversária quando essa recuava. A pesada servia para quebrar as linhas inimigas pelo puro choque. Na Era Napoleônica, predominavam quatro tipos diferentes de ginete: Couraceiros (cavalaria pesada), Dragões (cavalaria média), Hussardos e Lanceiros (ambas cavalarias leves).

POR QUE ENTROU PARA A HISTÓRIA?

Bonaparte era um mestre em combinar cavalaria com artilharia. Quando as formações de infantaria cavam concentradas, ele as arrebentava a canhonadas. Quando essas se dispersavam, enviava a cavalaria para completar serviço. Além disso, utilizava muito a cavalaria para realizar manobras de flanqueamento, com os cavaleiros pegando os inimigos por trás.

FICHA TÉCNICA - HUSSARDO FRANCÊS

Arma principal: sabre longo (1,20 m de comprimento)

Arma secundária: pistola

FICHA TÉCNICA - ULANO PRUSSIANO

Arma principal: lança (aproximadamente 3 m)

Arma secundária: sabre e pistola