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Curiosidades / Bizarro

Morto em 1927, o cadáver do monge Dashi-Dorzho Itigilov permanece quase perfeitamente preservado

O monge tibetano é cultuado entre seus seguidores, que mesmo depois de 92 anos morto tem seu corpo quase intacto

Redação Publicado em 24/11/2019, às 11h06

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Corpo preservado do monge Dashi-Dorzho Itigilov - Reprodução
Corpo preservado do monge Dashi-Dorzho Itigilov - Reprodução

Nascido em 1852, o monge tibetano Dashi-Dorzho Itigilov começou sua educação religiosa aos 16 anos. Ele estudou em um mosteiro já não mais existente na área antigamente pertencente ao Império Russo.

Foto de Dashi enquanto ainda era vivo / crédito: Reprodução

Dashi fez parte da etnia Buriate, localizada na Mongólia, e no mosteiro em que estudou conseguiu diplomas em medicina e filosofia, tendo, inclusive, escrito um livro sobre farmacologia.

Em 1911 ele foi escolhido como o líder dos budistas buriates, inaugurando uma nova fase dos budistas na região. De 1913 a 1917, Itigilov foi influente na vida espiritual do Império Russo, tendo inaugurado o primeiro templo budista em São Petersburgo.

Itigilov auxiliou a Rússia durante a primeira guerra mundial fornecendo dinheiro, comida e medicamentos, além de montar atendimentos de saúde com médicos budistas para atender aos soldados feridos.

Sentindo que estava prestes a morrer, Itigilov pediu para que os monges começassem a meditar por ele. Eles, por sua vez, não obedeceram as ordens do mestre porque ele ainda estava vivo. Obrigado a meditar sozinho, Itigilov logo convenceu os monges a se juntar a ele, pouco antes de sua morte, em 1927.

CORPO NÃO PERECÍVEL

Após sua morte, os monges enterraram Itigilov na mesma posição em que morreu, em flor de lótus, sendo exumado somente vários anos depois de sua morte, também a pedidos do próprio monge.

O que surpreendeu os monges foi o fato de que, em 1955 e 1973, o corpo foi exumado por budistas e o corpo de Itigilov praticamente não se alterava, permanecendo intacto ao longo dos anos.

Devido ao regime antirreligioso dos soviéticos durante os anos que se seguiram, o corpo de Itigilov foi mantido em discrição pelos monges, até 2002.

Em setembro de 2002, o corpo do monge foi levado para um local sagrado budista e exumado por monges, cientistas e patologistas. Após análises, a declaração oficial foi a seguinte:  “O corpo está nas mesmas condições de alguém que morreu há 36 horas atrás.”

Itigilov mesmo depois de 75 anos morto ainda não tinha sinais de decomposição, com músculos inteiramente preservados, juntas ainda macias e pele. O que leva monges budistas a tratarem o cadáver ainda como uma pessoa viva.

Os praticantes do budismo acreditam que Itigilov alcançou o estado de Nirvana, imerso somente em uma hibernação enquanto habita outro plano que não o terreno. Em 2003, o corpo de Itigilov foi considerado um tesouro budista na Rússia, e atualmente é preservado sem nenhum tipo de regime de temperatura ou umidade.

SOKUSHINBUTSU

Esse é o nome de uma prática japonesa de mumificação realizada por alguns monges budistas ao longo dos séculos. A prática consistia em comer apenas sementes de árvores encontradas na montanha, para a redução de gordura corporal. Além disso, o consumo de líquidos era reduzido ao mínimo para que os órgãos encolhessem o máximo possível, e também bebiam um chá que provocava vômitos.

Depois do ritual, os monges ainda vivos ficavam em um sarcófago pequeno com apenas uma entrada de ar. Ao final de cada dia os monges tocavam um sino para indicarem que ainda estavam vivos. 

Assim que cessassem os badalados os monges cuidando da mumificação tratavam de velar o sarcófago de vez, preservando os corpos dos budistas. Entretanto, nunca foi confirmado se Itigilov passou pelo curioso processo. 


Saiba mais sobre o monge e o budismo através das obras a seguir

O Enigma das Múmias. Segredos Históricos da Arte da Mumificação nas Civilizações Antigas, David E. Sentinella (2008)

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Budismo tibetano: Abordagem prática de seus fundamentos para a vida moderna, B. Alan Wallace (2015)

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Por que o budismo funciona, Robert Wright (2018)

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