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Curiosidades / Brasil

Por que devemos abolir o termo 'judiar' do nosso vocabulário?

A origem antissemita da palavra nos leva de volta a um dos momentos mais sombrios da humanidade

Alana Sousa Publicado em 21/02/2021, às 11h00 - Atualizado em 01/01/2022, às 09h00

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Prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz - Getty Images
Prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz - Getty Images

Conforme evoluímos como sociedade, práticas que antes eram vistas como normais e aceitáveis, hoje já são encaradas de modo hostil. Nessa lista de atitudes politicamente incorretas, não podemos esquecer alguns termos e expressões que ‘envelheceram mal’.

Assim como a palavra ‘denegrir’, fortemente associada à depreciação dos negros, não é tão bem aceita em tempos atuais, outras peças do nosso vocabulário, que parecem inofensivas, carregam com si uma origem, no mínimo, controversa.

Devemos abolir a palavra ‘judiar’

O dicionário brasileiro define ‘judiar’ como: maltratar, atormentar, zombar, fazer sofrer. A princípio, para muitos, o termo pode parecer banal como outro qualquer, mas devemos olhar mais a fundo. A palavra é composta por ‘judeu’ e o sufixo ‘iar’, trazendo consigo uma carga ofensiva que nos remonta a um período sombrio do século 20.

Apesar de não ter nascido no século 20 e, muito menos, na Segunda Guerra, de fato o antissemitismo se tornou mais forte e popular nessa época. O preconceito contra judeus levou à morte de milhões de pessoas, nos terríveis campos de concentração da Alemanha Nazista, como o de Auschwitz.

Entrada de trem de Auschwitz / Crédito: Getty Images

Basta uma pequena análise para notar que a palavra ‘judiar’ faz referência ao tratamento desumano que os judeus sofreram durante o Holocausto. Logo, alguém que judia de outro ser humano está tratando esta pessoa como os judeus foram tratados.

Muito antes da implosão da guerra, o tratamento feroz contra os judeus já estava estabelecido em meio aos povos de diferentes partes do mundo.

“O mais terrível são as versões das acusações de assassinato ritual, ofensa fantasiosa em que judeus continuam a crucificar versões de Cristo, depois disseminadas na Idade Média. Começou cedo a apresentação dos judeus como vampiros religiosos, que têm de torturar crianças, crucificá-las e despejar seu sangue. Isso persiste”, disse Simon Schama, historiador britânico, em entrevista ao site Época em 2005.

Dentre muitas minorias, no entanto, os judeus se destacavam por suas heranças e vidas economicamente promissoras, algo visto como uma ameaça. Hannah Arendt, filósofa alemã, explica que “o antissemitismo alcançou o seu clímax quando os judeus haviam, de modo análogo, perdido as funções públicas e a influência, e quando nada lhes restava senão sua riqueza”.

Reproduzir o termo ‘judiar’ é perpetuar uma ideia errônea de que um povo deve sofrer por conta de suas crenças religiosas. Assim, maltratar alguém é saudar os momentos de horror que milhões foram submetidos.

A melhor solução talvez seja substituir a expressão por outras que possuem um significado semelhante: ao invés de ‘judiar’, use sinônimos. Prefira ‘maltratar’, ‘importunar’, ‘provocar’. Gestos simples que ajudam a manter a memória de um tempo marcado pela intolerância e o respeito pelas vidas ceifadas no passado.


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