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Desventuras / Futebol

Afinal, como fazíamos sem o futebol?

Como os outros esportes da época, o futebol era passatempo de elite, que só cairia no gosto do povo brasileiro na década de 1920

Arquivo Aventuras na História Publicado em 10/12/2023, às 09h00

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Imagem de um campo de futebol vazio - Reprodução/Pexel
Imagem de um campo de futebol vazio - Reprodução/Pexel

O futebol chegou ao Brasil em 1894 pelas mãos do engenheiro brasileiro Charles Miller, que difundiu o esporte após trazer chuteiras, bola e uniformes da Inglaterra, e participar da primeira partida entre times brasileiros em 1895. Ele também organizou o primeiro campeonato. O futebol era, como todos os esportes então, passatempo de elite, que só cairia no gosto do povo na década de 1920.

Antes dele, havia campeonatos de remo, natação e atletismo promovidos por associações de imigrantes. Tradicionalmente, a sociedade da elite brasileira abominava a atividade física, vista como coisa exclusiva de escravizados. A capoeira, encarada como um treinamento para a fuga de negros rebeldes, era tratada como problema de polícia.

Até a metade do século 19, o sedentarismo era o rei entre as classes mais altas: viajantes estrangeiros notaram que brasileiros evitavam até carregar pequenos pacotes, deixando isso para os escravizados. Brincadeiras físicas como a peteca, uma invenção indígena, eram consideradas coisa de criança.

País do futebol?

O preconceito contra atividades físicas começou a ser superado por influência europeia. A Revolução Industrial havia liberado tempo, principalmente das classes médias, o que levou a uma mania por esportes, antes vistos como capricho da nobreza ociosa ou treinamento militar.

O primeiro esporte de massas a aportar no país foi o turfe – onde hoje é o Maracanã ficava o Derby Club, fundado em 1850 –, seguido nas décadas seguintes por outras modalidades, algumas das quais não caíram no gosto do brasileiro, como o rúgbi e o críquete.

Como o futebol não se restringe a pelada com os amigos – mas também é um espetáculo –, os brasileiros já tinham uma opção para isso: as touradas. Elas existiam desde os tempos de colônia e seguiam o modelo português, em que o touro não é morto em frente ao público.

Eram muito populares. Havia arenas no Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Salvador, Cuiabá e Santos. Foram proibidas por Getúlio Vargas em 1934, com os cassinos e rinhas de galo – outro dos raros passatempos da era pré-esportes.