Alguns dos pertences das mais de 1.500 vítimas do trágico naufrágio foram trazidos à superfície pela empresa "RMS Titanic, Inc."
Ingredi Brunato Publicado em 09/03/2023, às 16h32
Na época que foi construído, o Titanic chamava atenção: tinha 269 metros de comprimento e 28 metros de largura, as dimensões do transatlântico eram verdadeiramente impressionantes para os padrões do período.
Mas não é apenas seu tamanho que surpreendia, já que as técnicas usadas na confecção da embarcação resultaram na fama de "inafundável". O motivo por trás dessa reputação foi explicado por Leandro Lousada, fundador do canal Conhecimentos da Humanidade, em conversa com o Aventuras na História:
"O Titanic foi construído com uma tecnologia que era diferente das outras, em que ele era compartimentalizado. Assim, se uma parte inundasse, eles conseguiam fechar uma comporta para que a outra não inundasse também. Isso faria com que teoricamente o navio não pudesse ser afundado, porque, em geral, navios afundam porque seu interior enche de água até que eles deixem de flutuar", apontou ele.
Infelizmente, como seria demonstrado pela trágica viagem inaugural do transatlântico em abril de 1912, a compartimentalização da embarcação não era o suficiente para impedi-la de afundar.
Dos 2.200 passageiros que embarcaram no RMS Titanic na Inglaterra com destino à cidade de Nova York, nos Estados Unidos, apenas 700 retornaram à terra firme. A quantidade chocante de vítimas inclui o capitão do navio, Edward Smith, que estava fazendo sua última viagem antes da aposentadoria.
Alguns dos erros que teriam levado ao naufrágio são atribuídos a essa controversa figura histórica, o que também foi comentado por Lousada:
"Ele [Smith] queria chegar mais cedo em Nova York, pois queria deixar as pessoas atônitas com a percepção de que o Titanic, além de ser um navio gigante, também era rápido. E aí quando ele recebeu o aviso que na área à frente tinha icebergs, não diminuiu o ritmo, o que fez com que a batida tenha sido muito mais forte do que poderia ter sido", afirmou ele.
Além disso, a companhia não teria feito uma boa administração da lotação dos botes salva-vidas, permitindo que os primeiros botes fossem baixados ao mar com bem menos pessoas do que sua capacidade permitia.
Esse lapso de julgamento cometido no momento da tragédia teria contribuído para que menos passageiros tivessem a oportunidade de serem salvos — e isso que o Titanic já não possuía botes salva-vidas suficientes para evacuar todos, um problema pela qual a White Star Line pode ser responsabilizada.
Na história da Humanidade, já houve centenas de navios que terminaram no fundo do oceano, porém nenhum naufrágio se tornou tão famoso quanto o RMS Titanic. Para Leandro Lousada, essa fama pode ser explicada por uma combinação de fatores diferentes:
"Muitos naufrágios que a gente conhece não eram naufrágios de navios de passageiros, e sim de embarcações mercantes, militares, e isso não choca tanto as pessoas. Agora, quando é um navio de passageiros, que tem civis a bordo, crianças, idosos, é diferente. Ele [o Titanic] é um grande naufrágio de civis. E ele também teve todos esses problemas, de não ter bote, de ter essa distinção de classes sociais, e isso tudo gera bastante assunto", refletiu.
O próprio marketing de que o transatlântico era inafundável, apenas para que ele acabasse afundando em sua primeira viagem, também seria outro elemento contribuindo para que o naufrágio se tornasse uma grande notícia em 1912.
E, posteriormente, o Titanic também acabou sendo revivido na memória coletiva devido a outros acontecimentos, como a descoberta de seus destroços em 1985, e o próprio filme de James Cameron.
Um desses locais que mantém viva a história do naufrágio e suas vítimas, justamente, é o Museu do Titanic, que fica localizado no estado norte-americano da Flórida, nos EUA, e possui uma exposição com artefatos retirados das ruínas do navio afundado. Confira alguns deles abaixo:
