Em novo filme de Ridley Scott, Napoleão observa a decapitação da rainha Maria Antonieta. Mas será que isso aconteceu na realidade?
Chegou aos cinemas brasileiros uma das cinebiografias mais esperadas dos últimos anos. De Ridley Scott, 'Napoleão' resgata a trajetória de uma das figuras mais controversas da História: o general e imperador Napoleão Bonaparte.
Com Joaquin Phoenix no papel principal, o filme retrata não apenas as guerras que fizeram Napoleão entrar para os livros de História, mas também o seu turbulento casamento com a imperatriz Josefina. Alerta: os próximos parágrafos podem apresentar spoilers do filme.
"Napoleão (Joaquin Phoenix) poderia ter sido um soldado desconhecido, mas provou sua capacidade e rapidamente subiu de posto nas fileiras militares, chegando a general aos 24 anos. Impetuoso e implacável, na liderança do exército francês, ganhou fama como grande conquistador de batalhas e de corações, como o de Josephine (Vanessa Kirby), com quem casou e viveu um conturbado relacionamento", detalha a sinopse do filme.
Logo no começo do longa, o público se depara com uma cena curiosa: Napoleão observa um dos eventos mais escandalosos da história da França: a decapitação em praça pública da rainha Maria Antonieta, em 1793, na Place de la Révolution. Mas será que isso aconteceu na vida real?
Michael Broers, da Universidade de Oxford, é um dos principais especialistas em Napoleão. Além de livros sobre o imperador, ele também participou das reuniões a respeito do roteiro do épico de Scott.
Ao site Time Out, ele foi questionado a respeito da veracidade da cena. Broers disse que, na realidade, Bonaparte estava com as tropas no sul do país.
"Ele não estava na execução, estava de serviço na guarnição do sul naquele momento", explicou Michael Broers. No entanto, o profissional chama atenção para um fato: Napoleão estava em Paris no momento em que Maria Antonieta e o seu marido, o rei Luís XVI, foram presos em 1972.
"Isso [a prisão] causou-lhe uma impressão indelével – ele estava aterrorizado com essa multidão raivosa – então Sir Ridley está reunindo duas coisas lá [no filme]", explicou o escritor e pesquisador.
A cena, vale enfatizar, chamou atenção de um especialista, que apontou que o filme falhou ao retratar a monarca em seus momentos finais. O historiador Dan Snow aponta que, na produção, a personagem não apresenta o cabelo curto no momento da execução. No entanto, vale ressaltar que cinebiografias contam com cenas de dramatização, que, na maioria das vezes, não correspondem aos fatos.
