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Testeira

Os “dois cérebros” do ser humano e o estudo que os descobriu

Um famoso experimento explorou pioneiramente a interação entre os dois hemisférios do cérebro

Redação Publicado em 13/05/2023, às 14h03

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Imagem ilustra dois cérebros em análise computadorizada - Divulgação / Texas Children's Hospital
Imagem ilustra dois cérebros em análise computadorizada - Divulgação / Texas Children's Hospital

Quantos cérebros o ser humano possui? Por mais óbvia que possa parecer a resposta a essa pergunta, de acordo com um famoso experimento, nós podemos ter “dois cérebros”.

Em 1961, o psicólogo norte-americano Mike Gazzaniga liderou um estudo inovador que mudaria a forma como entendemos o cérebro humano, o estudo, conhecido como a pesquisa do "cérebro dividido", explorou as capacidades e limitações do cérebro humano quando é dividido em duas partes.

Antes do estudo de Gazzaniga, já se sabia que o cérebro humano era dividido em dois hemisférios: O esquerdo, responsável pela linguagem e raciocínio lógico, e o direito, responsável pela percepção visual e habilidades espaciais. No entanto, o estudo de Gazzaniga foi além, ao investigar como esses hemisférios interagem e se comunicam entre si.

Para realizar o estudo, Gazzaniga trabalhou com pacientes que haviam passado por uma cirurgia conhecida como calosotomia - cirurgia realizada em casos de epilepsia grave e na prevenção de crises convulsivas de um hemisfério para o outro, consiste na separação dos dois hemisférios do cérebro - como resultado, os pacientes se tornaram um caso único para estudar a comunicação entre os hemisférios.

Gazzaniga realizou diversos experimentos com esses pacientes, que revelaram que os hemisférios do cérebro têm funções e habilidades distintas e que, quando separados, podem se comportar de maneiras diferentes, por exemplo, em um experimento, um paciente teve estímulos visuais para o campo direito (processado pela hemisfério esquerdo) e conseguir responder a ele normalmente, mas quando a imagem era direcionada ao seu campo visual esquerdo (que é processado pelo hemisfério direito) ele conseguiu desenhar a imagem com a mão esquerda, mas não foi capaz de descrever verbalmente o que havia visto.

A conclusão apresentada foi que o paciente que teve os hemisférios divididos deveria ser considerado como dois pacientes com meio cérebro cada, situação similar aos gêmeos siameses.

Com o tempo, vários outros estudos foram realizados e com o tempo a noção de diferentes regiões cerebrais e suas respectivas funções, assim como habilidades mais específicas de cada hemisfério foram sendo desenvolvidas, mas a relação e comunicação entre as duas partes do cérebro ainda não é totalmente compreendida, ainda há muito o que se descobrir sobre o órgão mais importante e complexo do corpo humano.


Sobre o autor

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Pesquisador e especialista em Nutrigenética e genômica. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society.