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Notícias / Amazônia

Amazônia: Cidades de mais de 2.500 anos são encontradas na floresta

Hoje sob a densa floresta amazônica, vilas e assentamentos de mais de 2.500 anos foram encontrados na região do Equador

Redação Publicado em 12/01/2024, às 18h55

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Imagem da Amazônia do Equador - Licença Creative Commons via Wikimedia Commons
Imagem da Amazônia do Equador - Licença Creative Commons via Wikimedia Commons

Com cada novo estudo, a noção de que a Amazônia era pouco habitada até a chegada dos europeus cai por terra. Recentemente, um grupo de arqueólogos descobriu uma série de cidades escondidas sob a floresta, que há cerca de 2.500 anos, serviram de lar para inúmeras pessoas. 

Há mais de vinte anos, o arqueólogo Stéphen Rostain encontrou estradas e montes de terra soterrados no Equador, mas naquela época, ele “não tinha certeza de como tudo se encaixava”. Hoje, o pesquisador francês faz parte do grupo que publicou o estudo sobre a Amazônia na revista Science

Conforme repercutido pelo Deutsche Welle, os especialistas utilizaram sensores a laser para mapear a região e, escondido nas encostas arborizadas dos Andes, eles encontraram uma densa rede de cidades conectadas por canais e estradas

Registro da pesquisa - Antoine Dorison

Estima-se que os assentamentos no Vale do Upano, localizados no leste do Equador, funcionaram entre 500 a.C. e 300 a 600 d.C., equivalente à época do Império Romano na Europa. São mais de mil anos antes de qualquer sociedade complexa da região amazônica. Machu Picchu, por exemplo, foi erguida somente no século 15.

Essa descoberta redefine a linha do tempo da história das civilizações antigas na Amazônia. Até então, as evidências indicavam um estilo de vida nômade ou em pequenos assentamentos.

Urbanismo

Os pesquisadores detectaram cinco principais assentamentos urbanos e dez menores em uma extensão de 300 quilômetros quadrados, cada um deles intensamente ocupado por prédios residenciais e cerimoniais. 

Essas cidades dividiram espaço com campos agrícolas retangulares e eram circundadas por terraços nas encostas, onde os habitantes cultivavam diversos alimentos, como milho, mandioca e batata-doce, conforme revelado por escavações prévias na região.

A região está situada às sombras de um vulcão, que proporcionou solos férteis para a prática agrícola. No entanto, esse mesmo vulcão também pode ter sido responsável por eventos que levaram à eventual destruição dessa sociedade.

Essas cidades eram conectadas por estradas largas e retas, que tinham cerca de 10 metros de largura e se estendiam por até 20 quilômetros, para suprir as necessidades de ao menos 10 mil habitantes. Mas segundo o arqueólogo e coautor do estudo, Antoine Dorison, é possível que 30 mil pessoas tenham habitado a região em seu auge. 

José Iriarte, arqueólogo da Universidade de Exeter, no Reino Unido, explicou que a região da Amazônia é constantemente vista como uma “região selvagem intocada com apenas pequenos grupos de pessoas. Mas as descobertas recentes nos mostraram como o passado é realmente muito mais complexo”, completou.