Pesquisadores descobriram que o local foi construído em 2,7 mil a.C e era utilizado como espaço público para refeições
Redação Publicado em 02/02/2023, às 14h19
Nesta quinta-feira, 2, arqueólogos do Projeto Arqueológico de Lagash — uma das primeiras cidades da Ásia— e da Universidade da Pensilvânia, divulgaram um comunicado informando sobre a descoberta de uma taverna com bancos, um tipo de "geladeira" de barro, e fornos ainda com traços de alimentos, datados de 2,7 mil a.C.
Segundo informações publicadas pela revista Galileu, a professora de História da Arte da Universidade da Pensilvânia e diretora do projeto de pesquisas em Lagash, no Iraque, Holly Pittman, explicou:
É um espaço público para refeições que data de cerca de 2,7 mil a.C. É parcialmente ao ar livre, parcialmente área de cozinha".
As escavações, que tiveram início em 2022, também contaram com a parceria de especialistas da Universidade de Pisa, na Itália. Durante as expedições, os profissionais utilizaram tecnologias como imagens térmicas, que captam a intensidade magnética do ambiente enterrado, e fotografia por drones.
Pittman ainda informou que os seis fornos encontrados com poços feitos de tijolos de barro serviam, provavelmente, para a fabricação de cerâmica e para a produção artesanal da região. Ela ressaltou que a preservação dos itens deve-se ao fato de que eles foram endurecidos pelo fogo.
Encontramos dois poços retangulares que parecem representar etapas da produção de cerâmica. Um continha uma argila vermelha pura, que tem qualidades plásticas ideais e ainda é usada hoje. O outro continha uma areia grossa verde-amarelada, que serviria como agente de têmpera".
Em outro momento, a equipe localizou as “geladeiras”, usadas como local de repouso pelos trabalhadores, residências com fornos, tampas de barro e até mesmo tigelas com resquícios de comida.
As descobertas feitas pelos arqueólogos são essenciais para compreender um pouco mais a respeito dos períodos históricos do Pleistoceno (de 2,5 milhões de anos a 11,7 mil anos atrás), e o início do Holoceno. Pittman concluiu, reforçando também a questão da herança cultural do Iraque:
Estamos todos completamente comprometidos com o sucesso coletivo deste projeto. O Iraque sofreu profundamente por muitos anos. Espero que encontre estabilidade e possa desfrutar e nutrir sua grande e importante antiguidade. Nosso papel é ajudar a fazer isso acontecer".
