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Notícias / Navio

Arqueólogos encontram navio naufragado há 400 anos quase intacto

Localizado em boas condições no norte da Alemanha, o navio tem um passado curioso

Redação Publicado em 12/08/2022, às 11h28

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Imagem ilustrativa de mergulhador - Foto de Alexas_Fotos no Pixabay
Imagem ilustrativa de mergulhador - Foto de Alexas_Fotos no Pixabay

Uma equipe de mergulhadores localizou um navio de carga naufragado há 400 anos, no norte da Alemanha, através arqueólogos marítimos. A embarcação está afundada a 11 metros de profundidade de um rio e mesmo assim o cargueiro foi encontrado bem conservado.

Segundo o site 'Live Science', o navio embarcou no século 17 para transportar cal virgem para a indústria de construção da época. Considera-se que o navio seja do período Hanseático, que foi um momento em que as guildas comerciais dos países do Norte da Europa comandavam os mares Báltico e do Norte, entre os séculos 13 e 17.

As autoridades registraram a presença de um navio naufragado aproximadamente em 2020, durante uma pesquisa realizada de sonar de rotina no rio Trave, em Schleswig-Holstein.

Mas não foi só o navio que eles encontraram, durante a expedição, os mergulhadores encontraram barris de cal junto a embarcação. Segundo os pesquisadores, uma camada de lama fina que estava cobrindo o navio, ajudou com que se conservasse por tantos anos.

Mergulhador fotografa pedaço do navio encontrado / Crédito: Divulgação/Christian-Albrechts-Universität zu Kiel

A lama também ajudou a evitar a invasão de moluscos de água salgada, conhecido como cupim do mar, que segundo o 'Live Science', são conhecidas como grande devoradoras de madeiras. Por conta disso, esse navio é um dos poucos da sua época que conseguiram ser encontrados.

Segundo o arqueólogo marítimo que coordenou a pesquisa, Fritz Jürgens, a conservação do barco não se deu somente à ausência dos cupins do mar, mas também ao peso da carga. Ainda segundo ele, os mergulhadores chegaram a identificar barris de madeira de 20 a 25 metros quase intactos dentro do navio, mostrando que ele carregava cal quando naufragou.

A cal virgem é produzida a partir da combustão de calcário. Esse material era bastante usado para argamassa de alvenaria.

Ainda existem cerca de 70 barris em sua localização original e outros 80 nas imediações", explicou Manfred Schneider, líder do projeto. "O navio, portanto, afundou quase de pé e não virou."

O coordenador complementou dizendo que a carga vinha da Escandinávia, por conta que o norte da Alemanha não tinha muitas fontes de calcário.

"A fonte para isso teria sido a Escandinávia — no meio da Suécia ou no norte da Dinamarca. Sabemos que essa carga vinha de lá, provavelmente para Lübeck, porque o norte da Alemanha não tem grandes fontes de calcário", disse Fritz Jürgens.

A história do navio

O período que navio afundou, foi durante o bloco econômico Hansa, que era controlado por guildas responsáveis pelo comércio no Mar Báltico e no Mar do Norte. Nele tinha as cidades do norte da Alemanha e de outras nações europeias

Os pesquisadores informaram que há registros históricos que estimam que a embarcação tenha afundado em dezembro de 1680. Foi encontrado uma carta dessa data nos arquivos de Lübeck, cidade no nordeste da Alemanha, que mostra que um oficial de justiça solicitou a um destinatário desconhecido que recuperasse a carga de um navio encalhado em uma região do Trave.

Os arqueólogos utilizaram uma técnica de datação chamada, dendrocronologia, durante as investigações, para realizarem as análises dos padrões de anéis nas madeiras, graças a essa análise, eles descobriram que esses materiais vieram de árvores derrubadas na década de 1650.

O mergulhador científico Christian Howe, da cidade de Kiel, também fez parte da expedição fotografando o navio submerso e sua carga. Acredita-se que alguns barris conseguiram ser recuperados por trabalhadores do século 17, e com essa redução de peso fez com que o barco flutuasse, mas após vazamentos, o barco afundou definitivamente depois de um tempo.


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