Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Arqueologia

Arqueólogos encontram rochas entalhadas milenares que serviam como plantas

As esculturas rupestres de 8000 anos podem ser as plantas de megaestruturas mais antigas do mundo

Redação Publicado em 17/05/2023, às 17h21

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
A rocha entalhada (direita) que serviu de planta para a megaestrutura à esquerda - SEBAP & Crassard et al.2023/PLOS One e O. Barge/CNRS
A rocha entalhada (direita) que serviu de planta para a megaestrutura à esquerda - SEBAP & Crassard et al.2023/PLOS One e O. Barge/CNRS

A arquitetura começou a surgir com a sedentarização do homem, na época da Revolução Agrícola. Junto da arte do desenho e da construção, começaram a aparecer diagramas de planos em escala, o que hoje chamamos de plantas. Uma descoberta arqueológica de 8.000 anos atrás na Península Árabe revela o que podem ser os planos de construção de grandes estruturas mais antigos da história humana.

Rochas entalhadas com estrelas e linhas podem estar representando armadilhas de caça próximas, como revelou um novo estudo que analisou o entendimento espacial dos humanos de oito milênios atrás. O artigo foi publicado nesta quarta-feira, 17 de maio, no site PLOS One.

Essas megaestruturas de armadilha, planejadas nas rochas encontradas e descritas no novo estudo, são chamadas de "pipas do deserto" pelos arqueólogos, que as perceberam há cerca de 100 anos, por meio de fotografias aéreas.

Essas "pipas" são áreas extensas de terra, mais ou menos do tamanho de dois campos de futebol, cercadas por pequenos muros de pedra, com poços distribuídos próximos às bordas, servindo como armadilhas de caça.

Plantas pré-históricas

Essa descoberta levou os arqueólogos a pensar sobre como humanos do Neolítico planejavam essas armadilhas de caça gigantes. Para o estudo, eles compararam matematicamente as dimensões dos entalhes nas rochas com as dimensões de pipas conhecidas, chegando a semelhanças que permitem traçar uma relação entre os desenhos na pedra e o planejamento dessas megaestruturas.

O principal autor do estudo, Rémy Crassard, um arqueólogo francês, explicou ao site de divulgação científica LiveScience que a pedra foi entalhada usando técnicas diferentes, mas não dá para dizer se isso representa uma obra coletiva ou só um artesão usando diferentes métodos.

Essas pipas do deserto são difíceis de serem datadas, por serem arranjos de rochas e poços, sem muitos materiais orgânicos que possam passar por uma análise de radiocarbono para datar as estruturas. Porém, as duas pipas que foram comparadas às possíveis plantas provavelmente datam de 8.000 anos atrás, de acordo com a análise de materiais orgânicos e sedimentos de pipas próximas.