Desde a redemocratização do Brasil, presidentes vencem reeleições; mas em 2022, Lula vence Bolsonaro
Redação Publicado em 30/10/2022, às 21h37
A vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022, contra o então presidente e candidato a reeleição Jair Bolsonaro (PL), marca não só o fim de um período eleitoral turbulento — marcado por grande polarização e violência —, como também um feito histórico: Lula se tornou o primeiro presidente a ser eleito pelo voto popular três vezes na história do Brasil — tendo sido também eleito em 2002 e 2006.
No entanto, no que se refere a uma observação histórica das últimas eleições do Brasil, desde o processo de redemocratização pós-fim da Ditadura Militar, a terceira candidatura vitoriosa de Lula não é o único elemento curioso do processo eleitoral de 2022. O então presidente Jair Bolsonaro, que tentou se reeleger, não conseguiu alcançar seu objetivo, de forma que se tornou também o primeiro presidente a perder uma reeleição nas últimas décadas.
Bolsonaro permaneceu atrás de Lula durante praticamete todas as pesquisas eleitorais divulgadas neste ano, mas, após uma campanha de segundo turno sem muitas variações de alvo e humor do eleitorado, o líder não conseguiu alcançar uma virada.
Apesar da derrota de Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, o colunista Joelmir Tavares, em texto à Folha de S. Paulo, aponta que uma vertente política desenvolvida e consolidada nos últimos anos ainda deve permanecer: o bolsonarismo.
As eleições realizadas neste domingo, 30, tiveram resultados extremamente acirrados, com a vitória de Lula com menos de 51% dos votos. Ou seja, o próximo governo deve já começar sendo alvo de críticas dos assumidamente contrários ao comando petista, e favoráveis ao bolsonarista, o que pode indicar que Bolsonaro ainda pode ter alguma força política em eleições futuras — sendo até mesmo considerado por muitos um possível adversário nas disputas eleitorais de 2026.
Além disso, três dos cinco filhos de Jair Bolsonaro já possuem atuação na política e devem perpetuar o discurso bolsonarista nos próximos anos, sendo eles também cotados como possíveis representantes do bolsonarismo no futuro, como apontado por Joelmir Tavares, dando suporte ao discurso paterno.
Dois dos herdeiros de Jair Bolsonaro já possuem cadeira no Congresso: Flávio Bolsonaro, senador pelo PL-RJ, e Eduardo Bolsonaro, deputado pelo PL-SP. Já Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) ocupa vaga na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, além de ser o principal responsável por administrar as redes sociais e figura pública digital de seu pai.
