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Notícias / Escravidão

Cartaz de venda de escrava causa polêmica na Universidade de Outro Preto

Os cartazes, que mostravam a suposta venda de uma mulher negra para a escravidão, se tratavam de um projeto artístico

Redação Publicado em 04/08/2023, às 18h30

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Colagem dos lambe-lambes encontrados na Universidade Federal de Ouro Preto - Reprodução/Instagram/ninfeias_
Colagem dos lambe-lambes encontrados na Universidade Federal de Ouro Preto - Reprodução/Instagram/ninfeias_

Vários lambe-lambes causaram discórdia na cidade de Ouro Preto e no campus da Universidade Federam de Ouro Preto (UFOP), ambos localizados no estado de Minas Gerais. Os cartazes mostravam a suposta venda de uma mulher negra para a escravidão, o que causou desconforto na população local.

Conforme repercutido pelo UOL, em um dos exemplares, a foto de uma mulher preta vem acompanhada da palavra “escrava” e dos seguintes dizeres:

Vende-se uma preta, muito moça e com cria (filhos), sabendo lavar perfeitamente e bem desembaraçada para o serviço doméstico. É sadia. O motivo da venda é não querer mais servir aos seus antigos senhores."

Os cartazes faziam parte de um projeto desenvolvido pelo Núcleo de Investigações Feministas, mais conhecido como Ninfeias, da própria UFOP, que explicou se tratar de um trabalho artístico, pensado para incitar debates a respeito de temas como opressão, identidade e racismo estrutural.

Repercussão

Durante uma entrevista ao UOL, a diretoria da universidade esclareceu que os lambe-lambes são um “trabalho artístico antirracista”, idealizado por Marcinha Baobá, que teve como objetivo “desnaturalizar o olhar das pessoas sobre as violências que acometem mulheres e meninas”.

No perfil do Instagram das Ninfeias, Marcinha, que possui um mestrado em Artes Cênicas pela UFOP, explicou que seu propósito era “rememorar um passado que me cabe como mulher negra”, e se expandiu:

Passado que o Brasil revive silenciosamente em cada cozinha de pessoas brancas da elite de cada estado do nosso país, em cada empresa de produção de soja, tabaco, cana, laranja, carvão, em cada supermercado e obra, em cada festival de música com mão de obra precarizada. Já se perguntaram o que é trabalho análogo à escravidão? Para mim, cada acontecimento atual, em que corpos pretos são explorados de maneira desumana, é lugar de grandes incômodos e até inventamos termos novos para práticas sociais antigas, que tem raízes coloniais.”, afirmou Marcinha Baobá no perfil das Ninfeias.