Especialista em submersíveis alertou CEO da OceanGate a respeito de 'estalos' no veículo
Redação Publicado em 29/06/2023, às 13h15
Após o desaparecimento e implosão de um submersível que realizava uma expedição até os destroços do navio Titanic, informações antigas a respeito da OceanGate, empresa responsável pelos passeios, ressurgem a todo momento.
Karl Stanley, que é especialista em submersível e amigo de Stockton Rush, então CEO da companhia, fez um alerta quando se deparou com estalos no Titan, submersível da companhia. Karl disse que os tripulantes acabariam 'entrando em pânico' se repassem na mesma sonoridade que ele escutou, repercutiu o veículo Insider.
Os estalos foram identificados por Karl durante um mergulho na costa das Bahamas em 2019, ou seja, bem antes da tragédia que resultou na morte de cinco pessoas. Através de e-mails enviados para o CEO da companhia, Stanley disse se preocupar com o ruído e a integridade do casco do Titan. Ele disse que submersível precisaria de vários testes antes de iniciar expedições com exploradores pagantes.
"Como um exercício mental, vamos supor que, ao monitorar os ruídos que o casco faz, você pode saber que o casco vai falhar a tempo de reagir", afirmou Stanley a Stockton Rush, "e vamos supor também que todos os seus clientes ficarão bem com os tipos de sons que estávamos ouvindo e aceitar suas explicações e ser capaz de reprimir a sensação de pânico que resultará de ouvir sons de quebra debaixo d'água."
Karl Stanley também chamou atenção do CEO para outra questão: "Você acha que todo o sistema está conectado o suficiente, os bugs resolvidos, que você tem uma chance justa de até 3 mergulhos consecutivos sem perder os principais sistemas?" questionou ele "você ainda não chegou lá."
No dia 18 de julho, o submersível da OceanGate desapareceu no Oceano Atlântico ao iniciar uma expedição até os destroços do Titanic, navio que naufragou em 1912 após colidir com um iceberg. Após dias de intensas buscas, foi confirmado na quinta-feira, 22, que o submersível passou uma implosão. A Guarda Costeira dos EUA também confirmou a morte das cinco pessoas que estavam a bordo.
Após a tragédia, os restos do submarino da companhia foram recuperados do oceano. A ideia da investigação é entender o que motivou a falha do Titan e como o caso pode ser usado como alerta para expedições do tipo no futuro.
