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Notícias / Pesquisa

Cientistas do Brasil vão buscar evidências dos últimos neandertais na Romênia

A missão dos pesquisadores tem como objetivo entender a conexão entre os Neandertais e os Sapiens, e, para isso, terão de ir para a Romênia; entenda!

Crânio de um neandertal, antecessor do Homo sapiens - Getty Imagens
Crânio de um neandertal, antecessor do Homo sapiens - Getty Imagens

Os motivos por trás do desaparecimento dos Neandertais permanecem um enigma para a ciência, que ainda não chegou a uma conclusão definitiva. Pode ter sido resultado da violência infligida pelos Sapiens, da privação de recursos naturais causada por estes, ou até mesmo de doenças trazidas de terras distantes.

É possível que uma combinação desses fatores tenha desempenhado um papel crucial, embora não se possa descartar a hipótese de que a causa seja completamente diferente.

No entanto, duas certezas emergem desse mistério. Em primeiro lugar, o declínio do Homo neanderthalensis coincidiu com a chegada do Homo sapiens à Europa. Originário da África, o Homo sapiens habitou o Oriente Médio por várias gerações antes de se estabelecer no continente europeu.

Em segundo lugar, houve cruzamento genético entre as duas populações, como evidenciado pelo fato de que os humanos modernos carregam um pequeno percentual de genes neandertais em seu genoma, variando de 2% a 4% em todas as populações humanas atuais, segundo a CNN Brasil.

Para investigar essa interação entre neandertais e humanos modernos, o renomado pesquisador Walter Neves lidera uma expedição à Romênia, em busca de sítios arqueológicos propícios à descoberta. O estudo, financiado pela Fapesp através do projeto “A interação entre neandertais e humanos modernos no norte dos Bálcãs: uma abordagem paleoantropológica”, visa localizar e escavar sítios com mais de 40 mil anos na esperança de encontrar ossadas neandertais.

Crânio de neandertal - Getty Imagens

Possíveis mudanças

“Três crânios de Sapiens encontrados na Romênia mostram sinais que são típicos de Neandertais, sugerindo que possa ter ocorrido ali alguma forma de hibridização entre as duas espécies. Mais recentemente, o DNA retirado de dois desses três crânios mostrou de fato 6% de genes neandertais, uma taxa considerada alta. Ficou claro que aquela foi uma região na qual as duas espécies trocaram genes”, informa o pesquisador Walter Neves para o portal online da Fapesp.

Vamos prospectar sítios na garganta do rio Vârghi, ao norte das Montanhas Perani, nos Cárpatos Orientais. Este foi, com grande probabilidade, um local do encontro. Escavações nas cavernas da região, na faixa correspondente ao Paleolítico Médio, podem trazer informações cruciais sobre como as duas espécies humanas interagiram e lidaram com as mudanças climáticas que ocorreram na área”, afirma.

As descobertas potenciais na Romênia prometem evidenciar sobre como as duas espécies humanas interagiram e adaptaram-se às mudanças climáticas na região. Utilizando uma variedade de técnicas, desde métodos de datação até análises moleculares, os pesquisadores esperam desvendar mais um capítulo da história humana.

Essa missão representa o segundo esforço paleoantropológico liderado por brasileiros no exterior, após uma bem-sucedida expedição na Jordânia. Com resultados anteriores que revolucionaram nossa compreensão da dispersão humana, a expectativa é que essa nova empreitada traga descobertas igualmente impressionantes.