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Notícias / Racismo

Empunhado com cassetete, homem realiza ataques racistas em Curitiba

Ao menos duas agressões foram registradas por câmeras de vídeo na capital paranaense durante a última semana

Redação Publicado em 29/11/2022, às 15h05

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Uma das agressões de Paulo Cezar Bezerra da Silva - Reprodução/Video
Uma das agressões de Paulo Cezar Bezerra da Silva - Reprodução/Video

Na última semana, ao menos dois ataques racistas foram registrados por câmeras de segurança pelas ruas de Curitiba, capital do Paraná. As imagens mostram agressões realizadas por um homem identificado como Paulo Cezar Bezerra da Silva

O primeiro dos atos, na última terça-feira, 22, foi contra o músico negro Odivaldo Carlos da Silva, popularmente conhecido como Neno. Ao caminhar pela rua Doutor Faivre, Neno foi agredido com golpes de cassetete. Paulo Cezar também estava na companhia de um cachorro feroz. 

Esse homem já chegou movido por ódio racial e começou a falar que 'negro tem que morrer', que ele é 'um negro sujo', sem que houvesse qualquer tipo de discussão entre eles”, disse José Carlos Portella Júnior, advogado do músico, ao UOL. 

Neno levou cinco golpes de cassetete na cabeça, está mancando, com o olho bem machucado e talvez precise de uma cirurgia no maxilar", explicou Portella Júnior, que relatou que seu cliente não conhecia o agressor. 

"O que mais me assusta é que tudo isso foi em plena luz do dia, durante a semana e com bastante gente circulando pelo local. Ele ainda está com muito medo e bem abalado", completou. 

A outra vítima

No dia seguinte, 23, quarta-feira da semana passada, outra agressão cometida por Paulo Cezar, desta vez contra uma pessoa em situação de rua, também negra. O caso aconteceu no centro da capital capixaba, na rua Francisco Torres. 

"O nosso mandato recebeu novas imagens de outro ataque do racista que está espancando pessoas negras na cidade, confundidas por ele como pessoas em situação de rua”, relatou em suas redes sociais Carol Dartora, primeira deputada federal negra eleita no Paraná. 

É inaceitável que esse sujeito ainda esteja livre pelas ruas. Racismo é crime e não pode ficar impune", lamentou. 

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, o primeiro boletim de ocorrência, da agressão contra Neno, não foi registrada como sendo um caso de injúria racial — algo que só foi mencionado pela família da vítima dois dias depois. O órgão apontou que tanto Paulo Cezar quanto Odivaldo já foram intimados para prestar depoimentos. O agressor não foi preso. 

"Inicialmente, a polícia achou que se tratava de uma agressão leve, que não constava injúria racial, por isso liberou o agressor. Dois dias depois, caiu a ficha do Neno e ele mobilizou todo mundo para fazer pressão e pedir justiça por tudo que aconteceu. Isso é racismo e tentativa de homicídio", comentou o advogado do músico. 

O caso, agora, está sendo acompanhado pela Defensoria Pública do Paraná. Sobre a outra agressão, a Polícia Civil do Paraná disse que segue investigando e que não dará mais detalhes para não atrapalhar a apuração dos acontecimentos.