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Notícias / Chile

Homem raptado ao nascer e entregue a família americana processa o Chile

Americano de 43 anos processou nesta segunda-feira, 1º, o Estado chileno; raptado e adotado ilegalmente, ele descobriu sua verdadeira origem há um ano

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 02/07/2024, às 07h34

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Thyden encontrou familiares no ano passado - Divulgação/Redes sociais
Thyden encontrou familiares no ano passado - Divulgação/Redes sociais

Jimmy Lippert Thyden, um advogado americano de 43 anos que foi raptado ao nascer e entregue para adoção, processou nesta segunda-feira, 1º, o Estado chileno. Ele foi entregue para adoção de forma irregular a uma família nos Estados Unidos, fato do qual tomou conhecimento há um ano.

Sua história, porém, não é isolada, sendo um dos mais de 50.000 casos estimados de adoções ilegais que ocorreram no Chile entre 1950 e 1990.

Conforme declarou Thyden na sede dos tribunais, na capital chilena, objetivo "é começar a corrigir uma injustiça ocorrida há 43 anos, quando nasci no Hospital do Salvador [em Santiago], não muito longe daqui, quando me tiraram da minha mãe ao nascer".

Verdadeira origem

Segundo informações da AFP, o advogado, atualmente residente na Virgínia, começou a descobrir sua verdadeira origem em abril de 2023, após ler sobre chilenos roubados ao nascer que se reuniram com suas famílias biológicas. Com a ajuda de ONGs do Chile e dos EUA, exames de DNA confirmaram que sua família biológica era chilena.

Thyden nasceu prematuramente e foi colocado em uma incubadora; sua mãe foi informada de sua morte e do enterro pelo hospital. Contudo, na verdade, ele havia sido raptado e adotado ilegalmente nos EUA.

Em agosto do ano passado, o advogado viajou ao Chile para conhecer sua mãe biológica, María Angélica González, e seus irmãos em Valdivia, a 850 km de Santiago.

Não podem me devolver os 43 anos sem minha família. Não podem me entregar o tempo [perdido] com meus irmãos e minha irmã, e com minha mãe, de quem eu tanto senti falta", afirmou o advogado, de acordo com a AFP.

"Fui privado de meu país, minha cultura, meu idioma, minha família. Fui privado de minha identidade", disse ele, que reconheceu que o Estado chileno só pode minimizar o problema, mas "não pode solucioná-lo".

Thyden espera que seu exemplo ajude outras pessoas em casos semelhantes a se reencontrarem com suas famílias biológicas e que o governo e o Estado chileno colaborem nessa missão.