Instituição da Inglaterra reconheceu vínculo com a escravidão no passado
Redação Publicado em 23/01/2023, às 10h48
Após vínculo com a escravidão, a Igreja da Inglaterra veio a público pedir desculpas. Conforme repercutido pelo Metrópoles, o lucro se deu entre os séculos 16 e 17. David Richardson, historiador, informa que navios da Inglaterra foram responsáveis por levar aproximadamente 3,4 milhões de africanos sequestrados para as Américas.
O "Church Commissioners" ("Comissários da Igreja") informa que o vínculo se deu através do financiamento do Queen Anne´s Bounty ('A recompensa da rainha Anne'). Se tratava de um esquema originado em 1704 para favorecer a renda do clero desfavorecido da Inglaterra.
O fundo da rainha foi responsável por investir 'quantias significativas' na South Sea Company, responsável pelo comércio de escravizados sequestrados, além de receber dinheiro doado através de nomes ligados ao tráfico dessas pessoas.
Com a revelação, o "Church Commissioners" também informa a existência de um fundo de £ 100 milhões (R$ 635 mil). O dinheiro será aplicado num programa que visa investimento, pesquisa e engajamento nos próximos nove anos.
Para o órgão, a ideia é 'tentar resolver alguns dos erros do passado'. Assim, a quantia visa comunidades afetadas pela escravidão, além de alimentar pesquisas e enfrentar os horrores da escravidão moderna.
“É importante que os comissários da Igreja entendam e sejam transparentes sobre o nosso passado para que possamos apoiar melhor a missão e o ministério da Igreja da Inglaterra, hoje e no futuro. Descobrir que o fundo predecessor dos Comissários da Igreja tinha ligações com a escravidão transatlântica é vergonhoso e lamentamos profundamente. Procuraremos resolver os erros do passado investindo em um futuro melhor, o que planejamos fazer com o plano de resposta anunciado hoje, incluindo o compromisso de financiamento de £ 100 milhões que estamos assumindo. Esperamos que isso crie um legado positivo duradouro, servindo e capacitando comunidades afetadas pela escravidão", disse o Bispo de Manchester, David Walker, vice-Presidente dos Comissários da Igreja.
