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Notícias / Isaias Raw

Isaias Raw, ex-diretor do Butantan, morre aos 95 anos

O pesquisador brasileiro, Isaias Raw, faleceu em São Paulo

Redação Publicado em 14/12/2022, às 15h25 - Atualizado às 18h45

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Imagem de Isaias Raw - Reprodução / Vídeo
Imagem de Isaias Raw - Reprodução / Vídeo

O ex-diretor do butantan, o pesquisador Isaias Raw, feleceu em sua casa, em São Paulo, na noite desta terça-feira, 13. As informações de sua morte, aos 95 anos, foram confirmadas pela assessoria do Instituto Butantan, ao qual ele era associado.

Trajetória 

Em seus mais de 70 anos de vida acadêmica, ele trabalhou em pesquisas científicas como a descoberta de enzimas que atuavam no ciclo do tripanossomo, agente causador da doença de Chagas, e na presença de fragmentos de RNA mensageiro em organelas no núcleo celular.

O pesquisador e médico se formou em medicina pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) em 1950, onde também fez seu mestrado e doutorado em bioquímica em 1954. Lá também foi professor em 1957 e, depois, professor titular no departamento de bioquímica.

Ele viveu uma dura situação quando foi cassado pelo AI-5, durante a Ditadura Militar, e precisou sair do Brasil, como informa a Folha de São Paulo. Ele retornou ao Brasil em 1980 e dedicou-se ao desenvolvimento científico e tecnológico de vacinas no Instituto Butantan.

Após o seu retorno, Raw ajudou a construir a capacidade de produzir 200 milhões de doses entregues ao plano nacional de imunizações no instituto. Ele foi diretor do Instituto Butantan de 1991 a 1997 e presidiu a Fundação Butantan de 2005 a 2009.

Foi diretor da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento do Ensino de Ciências (Fundeb) e, além de suas descobertas, junto de Walter Leser, ele unificou os vestibulares de medicina de São Paulo.

Outras criações foram o Curso Experimental de Medicina da USP e a Fundação Carlos Chagas para incentivo na formação e seleção de profissionais das áreas de ciências biomédicas.

Em reconhecimento ao seu trabalho, ele recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico em 1994, o título de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico em 1995 e recebeu a mais alta condecoração científica no país, sendo considerado grão-cruz da mesma ordem.

Como professor emérito de medicina da USP, ele estava afastado da docência nos últimos anos, mas atuando nas pesquisas de vacinas no Butantan, incluindo a da dengue.

Houve, durante a sua presidência, denúncias de desvios exercidas por funcionários de 2005 a 2008, as quais somaram R$ 35 milhões. Ele precisou ser afastado da diretoria em 2009, mas sem indícios de que teria se beneficiado desses desvios.