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Notícias / Israel

Israelense teve filho morto em ação militar, mas ainda sonha que ele possa torná-lo avô

Amit Ben Ygal, de 21 anos, foi um soldado israelense morto em ação na Cisjordânia em 2020; apesar do tempo, seu pai ainda tem esperanças de que o filho lhe dê um neto

Fabio Previdelli Publicado em 20/10/2022, às 11h35

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Imagem do Exército de Israel - Getty Images
Imagem do Exército de Israel - Getty Images

Em maio de 2020, o soldado Amit Ben Ygal, do Exército israelense, foi morto após ser atingido por uma pedra atirada por um palestino, durante uma operação militar na Cisjordânia ocupada

O jovem, com 21 anos na época, era filho único e a última companhia de seu pai, Baruch Ben Ygal, de 53 anos, que ficou viúvo há alguns anos. Com a dor pela perda do filho, Baruch mantém a esperança de ainda ser avô. 

A esperança vem de um projeto de lei aprovado pelo Parlamento israelense em uma primeira leitura, realizada em setembro passado. A proposta pode permitir que Baruchuse o esperma armazenado de seu filho para uma fertilização in vitro.

Segundo a AFP, até então, apenas a esposa de um soldado morto poderia fazer o uso do material genético para tais fins. Para isso, ele teria que ser extraído em até 72 horas após sua morte. Mas o projeto visa mudar esse cenário. 

Amit era a minha vida inteira. Até hoje não consigo pronunciar a palavra 'morte'", diz Baruch, desconsolado. 

Mesmo após anos da morte de Amit, o solitário pai guarda fotos do filho que preenchem todas as paredes de seu antigo quarto. Sua cama permanece quase do mesmo jeito que deixou, a não ser pela camisa que estampa seu rosto, assim como a capa de um jornal em que Baruch aparece ao lado de inúmeras crianças batizadas em homenagem ao soldado morto. 

"Quero ser feliz de novo, quero ver um ou dois filhos de Amit nesta casa, durante o Shabat, durante as férias", diz o homem. Em sua visão, o Exército israelense tem a “responsabilidade de ajudá-lo a ser um avô”. 

Continuidade familiar

O parlamentar Zvi Hauser, que redigiu o projeto de lei, concorda que a proposta pode até parecer estranha e uma tanto quanto chocante, mas garante que existe toda uma jurisdição que controlará a natalidade de filhos de soldados mortos. 

Para que isso aconteça, os combatentes terão que assinar documentos dando seu consentimento à prática, além de existir um arquivo com os dados de todas as mulheres que querem se submeter ao procedimento. 

"Se você morre em um acidente de carro, (foi) você que decidiu sair na estrada. Quando você morre no Exército, foi o Exército que decidiu que você estaria lá", alegou Hauser à AFP. 

Eles devem algo a você, e não apenas dinheiro", finalizou.