Um dos homens detido confessou ter participado da execução de Bernadete Pacífico, mas a motivação no foi divulgada, em razão de segredo de justiça
Redação Publicado em 04/09/2023, às 15h50
Nesta segunda-feira, 4, três suspeitos de envolvimento no assassinato da líder quilombola,Mãe Bernadete, foram presos. A informação foi divulgada por Marcelo Werner, secretário de Segurança Pública da Bahia.
Um dos homens detido confessou ter participado da execução de Bernadete Pacífico, 72, já os outros dois não participaram diretamente do crime, tendo sido detidos por cumplicidade. Um deles possuía o celular de Mãe Bernadete, enquanto o outro abrigava as supostas armas do crime, que estão sendo analisadas pela Polícia Técnica da Bahia.
Conforme repercutido pela Folha de S. Paulo, Werner não deu mais detalhes sobre o caso, como a motivação por trás do assassinato. Ele alega que a investigação está em andamento sob segredo de Justiça.
No dia 17 de agosto, Bernadete Pacífico foi alvejada em sua casa, que também servia como sede quilombola em Simões Filho, na Bahia. Mãe Bernadete estava acompanhada dos netos quando dois homens entraram na residência. As crianças foram trancadas em um quarto e a líder quilombola foi alvo de 12 tiros.
Seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, foi assassinado em 2017. O ocorrido intensificou os ataques a comunidades de matriz africana. Jurandir Wellington Pacífico, outro filho de Mãe Bernadete, afirmou que sua mãe recebia ameaças anos antes da morte de seu irmão.
Em razão das ameaças, a líder quilombola fazia parte de um plano de proteção a ativistas dos direitos humanos do governo da Bahia. O que explica a presença de múltiplas câmeras de segurança em sua casa no momento de sua morte.
Mãe Bernadete também atuava como coordenadora nacional da Conaq, Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos, além de liderar o Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Bahia.
