Esta é a primeira vez em que os pais de um atirador respondem legalmente pelas ações criminosas do filho, que tirou a vida de quatro pessoas nos EUA
Redação Publicado em 26/01/2024, às 15h51
Nesta quinta-feira, 25, começou o julgamento de Jennifer Crumbley, mãe de um adolescente que, aos 15 anos, foi responsável pela morte de quatro estudantes em uma escola em Oxford, no estado americano de Michigan. Este é o primeiro caso em que os pais de um atirador são julgados pelas ações criminosas do filho.
Jennifer e Ethan Crumbley enfrentam acusações de “homicídio involuntário”. No passado, em casos semelhantes, alguns pais foram acusados de negligência. Porém, acredita-se que este seja o primeiro caso em que os pais serão julgados pelo ataque armado em uma escola realizado pelo filho.
Conforme repercutido pelo UOL, eles serão submetidos a audiências judiciais de forma independente, e, se condenados, podem enfrentar uma pena de até 15 anos de prisão.
Em 2021, o adolescente de 15 anos abriu fogo na escola em que estudava, matando quatro alunos e ferindo outros sete. No ano passado, ele finalmente pôde ser julgado como adulto, quando recebeu uma condenação à prisão perpétua.
Naquele mesmo ano, os pais compraram uma arma para o jovem como presente de Natal. Uma das professoras do garoto chegou a flagrá-lo procurando lojas de munição na internet e notificou a mãe, que, segundo a promotoria, não respondeu diretamente. Em vez disso, ela enviou uma mensagem de texto ao filho dizendo: “Não estou brava com você. Você tem que aprender a não ser pego”.
No dia do tiroteio, foi o pai do adolescente que ligou para a polícia relatando o que estava acontecendo e dizendo acreditar que o culpado seria seu filho. Cerca de duas semanas depois, eles foram presos por não comparecerem a uma audiência sobre o caso.
Somente em 2023, os Estados Unidos registraram 656 tiroteios em massa, segundo um levantamento da ONG Gun Violence Archive, que computa qualquer incidente onde ao menos quatro pessoas foram baleadas.
Além disso, uma pesquisa realizada pelo governo norte-americano apontou que 75% dos atiradores que abriram fogo contra escolas utilizaram os armamentos que possuíam nas próprias casas.
