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Notícias / Espaço

Mistério sobre ouro no espaço ainda perdura entre cientistas

Astrônomos tentam descobrir de onde vem a quantidade incalculável de ouro no Universo

Giovanna de Matteo Publicado em 14/10/2020, às 10h02

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Imagem ilustrativa de placas de ouro - Pixabay
Imagem ilustrativa de placas de ouro - Pixabay

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, existe um estoque subterrâneo de reservas de ouro que é estimado em cerca de 50 mil toneladas. A cada dia que passa essa reserva diminui, mas, e se encontrássemos outro jeito de extrair ouro, fora da Terra?

A verdade é que no Universo existe uma quantidade surpreendente de ouro muito maior do que se pensava, segundo um estudo publicado na Astrophysical Journal, aonde os cientistas vêm tentando descobrir a origem do material no espaço há anos.

"De acordo com nosso modelo, a massa de ouro produzida no Universo durante seus 13,8 bilhões de anos é 4,0 × 1042 kg, o que é apenas entre 10% e 20% do que se estima a partir de observações em meteoritos, no Sol e em outras estrelas próximas", explicou à BBC News Mundo a astrônoma e pesquisadora da Universidade de Hertfordshire, Chiaki Kobayashi, que lidera o estudo.

A pesquisa examinou o principal meio de formação de ouro no Universo, e descobriu que a explicação através de colisões de estrelas de nêutrons não é suficiente para analisar a quantidade enorme do metal, que pode ser infinito.

"O ouro e outros metais pesados são produzidos em processos envolvendo muita energia no Universo. Porém, de acordo com cálculos atuais, apenas esses processos [conhecidos] não são suficientes para produzir todo o ouro visto no Universo hoje", afirmou a líder da pesquisa.

"Não se trata apenas do ouro, que faz parte de muitas coisas em nossas vidas. Mas também do cálcio, por exemplo, que também foi criado a partir de uma explosão de estrelas", completou.

Ela explica que a pesquisa visa descobrir de onde vem, por que é formado e qual a quantidade desse metal precioso no espaço. Sabemos que para formar uma única partícula de ouro, é necessário que núcleos atômicos compostos por 79 prótons e 118 nêutrons se formem, no entanto, ainda não se sabe como essa fusão nuclear, que está além da capacidade humana, consegue ser tão abundante no espaço, já que fenômenos desse tipo não são frequentes, principalmente em lugares próximos à nossa galaxia.

Resultados de colisões no Universo, muitos meteoritos contendo ouro acabaram caindo na Terra, quando o planeta ainda estava em formação. Desse modo, essa é a explicação mais aceitável até agora que explica a presença de ouro no Universo e na Terra. No entanto, a pesquisa de Kobayashi indicou que para a quantidade de ouro em questão ser produzida, deve haver outras fontes.

"Outra possibilidade pode ser quando uma supernova se extingue. Sabe-se que essa extinção pode criar uma grande quantidade de ouro por um curto período de tempo, mas, mesmo assim, ainda é insuficiente", disse a cientista.

Pensando na exploração extraterrestre de ouro, Kobayashi afirma que "É muito difícil", e explica: "Porque embora nosso Sol, por exemplo, tenha uma quantidade significativa de ouro, a verdade é que muitas dessas colisões de estrelas que produzem o metal no espaço estão muito longe de nosso alcance".