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Notícias / Pré-história

Mulheres pré-históricas também caçavam, apontam cientistas

Segundo especialistas, ao contrário do que diz a narrativa tradicional, a caça não seria uma atividade exclusiva dos homens em nosso passado evolutivo

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 23/11/2023, às 09h49

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Representação de mulher caçadora na região dos Andes - Divulgação/UC Davis IET Academic Technology Services
Representação de mulher caçadora na região dos Andes - Divulgação/UC Davis IET Academic Technology Services

Na narrativa tradicional sobre os tempos pré-históricos, os homens são retratados como aqueles que caçam, enquanto as mulheres são aquelas que coletam. Entretanto, embora a divisão sexual do trabalho e do poder seja evidente na sociedade contemporânea, a aplicação direta dessa lógica ao passado evolutivo carece de suporte probatório adequado.

É o que dizem cientistas ouvidos pelo portal Live Science, que apontam que um conjunto crescente de evidências, incluindo dados fisiológicos, anatômicos, etnográficos e arqueológicos, sugere que as mulheres não apenas participavam da caça em nosso passado evolutivo, mas também poderiam ter sido mais adaptadas a atividades dependentes de resistência.

Segundo a fonte, evidências concretas demonstram que os papéis de gênero contemporâneos não existiam durante o Paleolítico, que abrangeu de 3,3 milhões de anos atrás até 12.000 anos atrás.

A verdade é que, além de contarem com maiores concentrações de estrógeno —  hormônio que influencia o desempenho atlético, particularmente o desempenho de resistência — as mulheres apresentam maior proporção de fibras musculares do tipo I em relação aos homens.

Essas fibras musculares oxidativas lentas metabolizam gorduras e demoram um pouco para se cansar. Por outro lado, as fibras do tipo II, que os machos têm mais, são mais fortes, porém se cansam rapidamente. Deste modo, ao realizarem um mesmo exercício intenso, as fêmeas queimam 70% mais gorduras do que os machos e são menos propensas à fadiga.

Neandertais

A fonte destaca que nossos primos neandertais, um grupo de humanos que viveu na Eurásia Ocidental e Central há aproximadamente 250.000 a 40.000 anos, formaram pequenos grupos altamente nômades. Evidências fósseis mostram que fêmeas e machos experimentaram os mesmos traumas ósseos em seus corpos, evidenciando uma vida difícil caçando veados, auroques e mamutes.