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Notícias / Arqueologia

Murais de 1400 anos encontrado no Peru pode se referir a 'reinos cósmicos'

Os dois murais descobertos retratam homens com duas cabeças e foram construídos por pessoas da Cultura Moche do Peru

Redação Publicado em 16/03/2023, às 15h36

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Um dos murais encontrados no Peru, com os homens de duas caras - Divulgação/Lisa Trever/@paisajespanamarca
Um dos murais encontrados no Peru, com os homens de duas caras - Divulgação/Lisa Trever/@paisajespanamarca

Dois murais foram descobertos em um sítio arqueológico de 1.400 anos, chamado Pañamarca, na costa do Peru. Pintados nas paredes estavam homens com duas faces segurando tesouros estranhos, como um cálice do qual beija-flores estão bebendo. Esse pequeno detalhe curioso pode simbolizar, para a Cultura Moche do Peru, uma alusão a sacrifício e "reinos cósmicos".

Os murais foram descobertos por arqueólogos em agosto de 2022. Segundo os especialistas, eles foram provavelmente desenhados entre 550 e 800 d.C., durante a época de florescimento da civilização dos Moche, que construíam grandes templos, realizavam sacrifícios humanos e criavam interessantes obras de arte. Eles viveram antes que fosse desenvolvido um sistema de escrita no Peru.

Pintados para adornar um pilar no mesmo salão cerimonial, os murais são cheios de detalhes, com os homens de duas cabeças, uma olhando para a esquerda e a outra para a direita, realizando diferentes ações, como segurando um leque de penas ou segurando algo parecido com um cetro, em uma parte do artefato que não está completamente preservada.

Murais curiosos

Analisando os complexos desenhos do mural, os pesquisadores acreditam que os artistas Moche pudessem estar experimentando com técnicas para registrar movimento em imagem. Ambos os homens dos murais estão vestindo algo similar a uma coroa, com roupas coloridas de estampas complexas e grandes cintos. 

Lisa Trever, professora associada de história da arte e arqueologia pré-colombiana na Universidade de Columbia, dos Estados Unidos, disse à Live Science que não há nada como esse achado na arqueologia da América do Sul, e explica que os pesquisadores não entendem o que os Moche estavam tentando comunicar com a pintura.

Os homens retratados podem ser divindades da cultura Moche, mas isso não é uma certeza já que, como explica Trever, as deidades dessa civilização pré-colombiana normalmente tem características não-humanas, como presas ou asas. Nesse caso, além das estranhas duas cabeças, tudo é humano.

Os murais estavam em um local que provavelmente não era aberto ao público. Os pesquisadores acreditam que os beija-flores bebendo do cálice e as duas faces podem simbolizar uma união do mortal com o divino. A imagem também pode se referir à cultura de sacrifícios entre os Moche, que eles acreditavam que mantinha a circulação de fluidos doadores de vida entre reinos cósmicos.