Projeto Rhisotope, criado por ambientalistas, introduz material radioativo nos chifres para inviabilizar o mercado ilegal
Redação Publicado em 26/06/2024, às 15h12
Uma solução inovadora foi desenvolvida por ambientalistas para combater a caça predatória de rinocerontes no orfanato do Limpopo, na região de Waterberg, nordeste da África do Sul. A técnica consiste em adicionar material radioativo as partes mais cobiçadas no mercado ilegal: os chifres dos rinocerontes.
O projeto Rhisotope, liderado por James Larkin, explica que os radioisótopos aplicados foram dosados de maneira a não prejudicar a saúde dos animais. A quantidade de radiação é segura para os rinocerontes, mas suficientemente tóxica para humanos, tornando a venda para consumo medicinal inviável. A introdução do material radioativo é indolor para os animais e realizada rapidamente enquanto estão sedados.
Larkin detalha o procedimento: um pequeno furo é feito no chifre do rinoceronte, onde se insere a quantidade necessária de radioisótopos. A radiação pode permanecer no chifre por até cinco anos.
A dose atinge um nível de radioatividade que é capaz de acionar os detectores de emergência instalados nos postos de fronteiras internacionais", explicou Larkin.
A iniciativa surgiu após a constatação de que, apesar de diversas medidas de mitigação, os números de mortes de rinocerontes continuaram a subir. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente sul-africano, cerca de 499 rinocerontes foram mortos por caçadores em 2023, um aumento de 11% em relação ao ano anterior. Estes incidentes ocorreram principalmente em parques estatais e áreas de proteção ambiental.
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Nos mercados paralelos, os chifres de rinoceronte têm um valor similar ao do ouro ou cocaína.Arrie Van Deventer, fundador do orfanato do Limpopo, considera a introdução de material radioativo nos chifres como “a melhor ideia que já ouviu”. Ele acredita que essa estratégia pode ser decisiva para acabar com a caça furtiva.
Segundo a 'Revista Galileu', atualmente, cerca de 15 mil rinocerontes vivem na África do Sul. Nesta primeira fase do projeto Rhisotope, apenas 20 rinocerontes participarão do projeto-piloto. A prioridade agora é monitorar a saúde desses animais para garantir que não sejam afetados pela presença dos radioisótopos.
