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Pepe Le Gambá ajuda a normalizar a cultura do estupro, diz colunista

“Isso ajudou a ensinar os meninos que ‘não’ não significa realmente não”, explicou Charles M. Blow, do NYT. Entenda a polêmica!

Fabio Previdelli Publicado em 08/03/2021, às 12h30

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O personagem Pepe Le Gambá agarrando a gatinha - Divulgação
O personagem Pepe Le Gambá agarrando a gatinha - Divulgação

Francês, mau cheiroso e com um romantismo exacerbado, Pepé Le Pew, ou Pepe Le Gambá, em versão brasileira, fez muito sucesso nas telinhas brasileiras por suas tentativas de conquistar a gatinha nos desenhos da Warner Bros.  

Porém, o que muitos consideram um desenho inocente, não é visto com os mesmos olhos pelo colunista do New York Times Charles M. Blow. Afinal, em seu último artigo, ele afirma que o personagem ajuda a normalizar e perpetuar a cultura do estupro.  

Em resposta aos críticos, ele explicou usando uma sequência do desenho: “Os blogs RW estão loucos porque eu disse que Pepe Le Gambá acrescentou à cultura do estupro. Vamos ver. 1) Ele agarra/beija uma garota / estranho, repentinamente, sem consentimento e contras sua vontade. 2) Ela luta fortemente para se afastar dele, mas ele não solta. 3) Ele tranca uma porta para impedi-la de escapar”.  

Porém, a argumentação não foi bem aceita pelos defensores do desenho, alegando que quando ele apareceu pela primeira vez, em 1945, o mesmo não foi feito para ser interpretado dessa maneira.

Além do mais, eles acrescentam que tudo não basta de uma boa diversão e que nenhuma criança absorverá o comportamento do personagem como um exemplo a ser seguido. 

Com isso, Blow finalizou a discussão mostrando o porquê o vê como uma figura tóxica. “Isso ajudou a ensinar os meninos que ‘não’ não significa realmente não, que era parte do ‘jogo’, a linha de partida de uma luta pelo poder. Ensinou que superar as objeções rígidas e até físicas de uma mulher era normal, adorável, engraçado. Eles nem mesmo deram à mulher a habilidade de falar”. 

Le Gambá não é o único problema 

Além dessa discussão, ele também argumentou que o racismo é algo enraizado na cultura americana, em especial na cultura pop, que é apresentado para as crianças desde sua primeira infância.  

Exemplificando seu pensamento, Blow usou como exemplo o personagem Ligeirinho, também da Warner Bros, o qual diz representar de maneira estereotipada os mexicanos. Outro exemplo é a empregada negra presente em Tom & Jerry, onde é exibida apenas das pernas para baixo.