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Notícias / Arqueologia

Pesquisa revela vestígios de cultivo de banana na Austrália há 2.000 anos

A descoberta mostra que comunidades nativas da época já praticavam agricultura

Ingredi Brunato Publicado em 18/08/2020, às 16h29

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Fotografia do local de cultivo recém-descoberto. - Divulgação/ Australian National University
Fotografia do local de cultivo recém-descoberto. - Divulgação/ Australian National University

Uma pesquisa liderada pelo arqueólogo Robert Williams, da Universidade Nacional da Austrália, sugere que as comunidades nativas australianas eram mais do que somente caçadores e coletores, como se acreditava até então ser o caso desses primeiros humanos. A descoberta foi descrita na revista Nature Ecology & Evolution. 

Os cientistas estavam investigando locais cerimoniais na Ilha Mabuyag quando descobriram restos de frutas fossilizadas, ferramentas de pedra e carvão. Um exame dos microfósseis revelou amido de banana, fazendo surgir daí a especulação de uma "fazenda" de banana ancestral na região. 

“Estamos ajudando a mudar a narrativa de que o que as pessoas estavam fazendo era mais complexo do que os registros históricos tradicionais mostraram,” afirmou Williams ao Canberra Times. “As pessoas não sabiam que as civilizações no Estreito de Torres tinham um sistema agrícola bastante complexo e intensivo.” 

Na Papua Nova-Guiné, próxima da Austrália, escavações têm revelado vestígios ainda mais antigos de plantações de bananas que datariam 7000 anos atrás, de acordo com outro artigo da Science. Para Stephen Williams, suas descobertas apontariam para uma troca comercial entre os povos da Papua Nova-Guiné e os da Austrália, uma vez que a banana não é natural do país. 

Williams é um descendente dos povos Kambri Ngunnawal. Sua pesquisa tem grande importância simbólica para ele: “Historicamente, a cultura foi apropriada por arqueólogos e antropólogos não indígenas, então era muito importante para mim fazer uma conexão com as pessoas desta comunidade e garantir que entendessem que a pesquisa realmente lhes pertence. Espero que este trabalho seja algo do qual a comunidade possa se orgulhar.”