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Notícias / Sangue

Sangue humano é detectado em paredes de palácio de rei africano do século 19

A estrutura considerada patrimônio mundial pela UNESCO revelou em suas paredes uma quantidade relevante de sangue humano; entenda!

Locais em que sangue foi encontrado - Reprodução / Philippe Charlier
Locais em que sangue foi encontrado - Reprodução / Philippe Charlier

Uma investigação sobre o Palácio do rei Guezô, localizado em Abomei, no Benin, África, indica que uma antiga lenda sobre sacrifícios vodu no século 19 pode ser verdadeira. Essa edificação é parte dos Palácios Reais de Abomei, que são patrimônios mundiais da UNESCO, e teria sido construída com sangue humano, conforme revelou uma recente pesquisa.

O estudo foi divulgado na revista Proteomics em 29 de maio. Segundo a pesquisa, o Palácio do rei Guezô foi erguido com o sangue de 41 vítimas sacrificiais. O rei, conhecido por sua crueldade militar, reinou em Abomei de 1818 a 1858, sendo o nono de 12 monarcas que governaram a região do século 17 ao início do século 20, segundo a Galileu.

“O aglutinante das paredes não é uma argamassa comum, mas é feito de óleo vermelho e água lustral misturados com o sangue de 41 vítimas de sacrifício. 41 é um número sagrado no vodu”, explicam os autores da pesquisa, segundo um comunicado divulgado pelo site IFL Science. “As vítimas eram provavelmente escravizadas ou prisioneiras de populações inimigas”.

Imagem tirada nos Palácios Reais de Abome - Reprodução / UNESCO

A análise das paredes do palácio, realizada por espectrometria de massa, confirmou a presença de um componente intrigante: trigo, que só começou a ser cultivado na África Subsaariana muito depois da morte do rei Guezô. Acredita-se que a relação de Guezô com o imperador francês Napoleão II resultou em presentes como baguetes, que teriam sido incorporados à construção do palácio.

Proteínas sanguíneas

Além disso, foram detectadas proteínas sanguíneas, como hemoglobina e imunoglobulinas de humanos e galinhas. No entanto, os pesquisadores afirmam que uma análise de DNA é necessária para determinar quantas pessoas tiveram seu sangue utilizado na construção.

Um ritual conhecido como "Grandes Costumes" envolvia o sacrifício de cerca de 500 vítimas com a morte dos reis de Daomé. Este rito atingiu seu auge durante o reinado de Guezô, e a queda do reino em 1894 levou ao quase total desaparecimento dessa prática, de acordo com especialistas.