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Notícias / Artes

Pintura roubada por nazistas é vendida por 7,4 milhões de dólares

O quadro 'O Pai', pintado por Marc Chagall em 1911, foi arrematado por valor milionário na última terça-feira, 15

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 16/11/2022, às 10h48

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Líder nazista Adolf Hitler em fotografia de 1938 - Bundesarchiv via Wikimedia Commons
Líder nazista Adolf Hitler em fotografia de 1938 - Bundesarchiv via Wikimedia Commons

Na última terça-feira, 15, um quadro pintado por Marc Chagall foi vendido em um leilão em Nova York por 7,4 milhões de dólares (ou R$39,4 milhões). ‘O Pai’, de 1911, faz parte de um grupo de 15 obras que foram roubadas pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. 

Segundo a AFP, a pintura fez parte do catálogo de 46 outras obras que movimentaram mais de U$ 139 milhões (cerca de R$740 milhões), sendo o quadro ‘Untitled’ (2005), de Cy Twombly, o mais caro da noite: sendo vendido por 41,6 milhões de dólares (R$ 221 mi). Não há informações sobre quem arrematou a pintura de Chagall.

A longa história 

Conforme informado anteriormente pela equipe do site do Aventuras na História, o quadro 'O Pai', pintado em 1911 por Marc Chagall, faz parte de um grupo de 15 obras que foram roubadas pelos nazistas na Segunda Gurra.

Posteriormente, elas foram restituídas pela França aos herdeiros das famílias saqueadas. A pintura foi adquirida em 1928 por David Cender. O luthier judeu de origem polonesa teve seus bens confiscados antes de ser enviado para o gueto de Lodz. 

Pouco depois, Cender foi deportado para Auschwitz junto de sua esposa e sua filha, porém, só ele sobreviveu à Solução Final de Hitler. Em 1958,  o homem se mudou para a França, onde permaneceu até sua morte, em 1966. Àquela época, o quadro ainda não havia sido devolvido. 

A pintura chegou a ser exibida em diversas exposições ao longo dos anos e o próprio Chagall, segundo a AFP, a comprou em algum momento entre 1947 e 1953. O pintor morreu na França, em 1985.

Com isso, ‘O Pai’ passou a fazer parte do acervo de coleções nacionais, em 1988, até ser destinado ao Centro Pompidou e depois levado ao Museu de Arte e História do Judaísmo de Paris. 

A devolução 

No início deste ano, porém, o Parlamento da França aprovou uma lei para restituir os herdeiros de 15 obras de famílias judaicas saqueadas pelos nazistas. A medida foi considerada “histórica” pela ministra da Cultura Roselyne Bachelot, que apontou o texto como “um primeiro passo” importante, visto que "ainda existem obras de arte e livros saqueados nos arquivos públicos".

Com a devolução, os herdeiros de David Cender optaram por leiloar a obra, o que é uma prática comum "quando uma obra é restituída muito tempo depois porque são vários herdeiros e a obra não pode ser dividida", segundo apontou o vice-presidente da Phillips, Jeremiah Evarts.