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Notícias / Segunda Guerra Mundial

Proibição de foto icônica de beijo roubado na 2ª Guerra causa polêmica

Memorando do Departamento dos Assuntos de Veteranos proibiu exibição da foto por “comportamento impróprio”, mas chefe da entidade protestou

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 06/03/2024, às 14h58 - Atualizado em 07/03/2024, às 18h10

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O famoso beijo do fim da Segunda Guerra - Alfred Eisenstaedt via Wikimedia Commons
O famoso beijo do fim da Segunda Guerra - Alfred Eisenstaedt via Wikimedia Commons

Na semana passada, funcionários do Departamento dos Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos proibiram que a icônica foto de um beijo na Times Square, com a alegre notícia do fim da Segunda Guerra Mundial, fosse exibida em prédios da agência. 

A entidade, na ocasião, alegou que o registro não se enquadravas nos "valores" da instituição. No entanto, o chefe do departamento, Denis McDonough, só soube da proibição através das redes sociais; o que gerou uma enorme confusão. Entenda!

A polêmica

O registro em questão, conhecido como V-J Day in Times Square (ou 'Dia da Vitória contra o Japão na Times Square'), mostra um marinheiro norte-americano, em êxtase, beijando uma enfermeira para comemorar o fim da Segunda Guerra em 1945. 

+ A história nada romântica por trás do beijo no fim da Segunda Guerra

Entretanto, o Departamento dos Assuntos de Veteranos considerou a foto como "comportamento impróprio" pelo fato de "retratar um ato não consensual".

Desta forma, a exibição da fotografia nos hospitais dos veteranos "poderia ser interpretada como um endosso tácito do comportamento inadequado que retrata", segundo relatou RimaAnn Nelson, subsecretária assistente de Saúde para Operações da agência, num memorando de 29 de fevereiro aos funcionários de todo o país.

"Os funcionários expressaram desconforto com a exibição desta fotografia". E "para promover um ambiente mais informado sobre traumas", ela deveria ser removida, continua a mensagem, repercutida pelo New York Post.

[A retirada da foto] reflete nossa dedicação em criar um local de trabalho respeitoso e seguro e está de acordo com nossos esforços mais amplos para promover uma cultura de inclusão e conscientização", prosseguiu a subsecretária.

Assim, foi sugerido que os funcionários encontrassem "fotografias alternativas que capturassem o espírito de vitória e paz sem comprometer o compromisso do Departamento com um ambiente seguro e respeitoso".

"Sua cooperação neste assunto é vital", acrescentava o memorando em questão. "Por favor, certifique-se de que essas fotografias sejam removidas imediatamente".

O pedido, porém, irritou o chefe do departamento, Denis McDonough, que só soube da proibição cinca dias depois — através das redes sociais. "Deixe-me ser claro: esta imagem não foi banida das instalações — e vamos mantê-la", escreveu no X, antigo Twitter, na última terça-feira, 5, uma hora e meia depois que uma cópia do memorando foi divulgada pelo perfil End Wokeness.

Fontes disseram à Associated Press que McDonough jamais foi informado sobre o memorando antes de sua emissão e que tampouco aprovou sua publicação. 

A foto

V-J Day in Times Square foi um registro feito pelo famoso fotógrafo da revista Life, Alfred Eisenstaedt, em 14 de agosto de 1945, dia em que os japoneses anunciaram que estavam se rendendo.

A foto gerou enorme polêmica nos últimos anos, principalmente pela crescente do movimento #MeToo, visto que a mulher da foto, uma assistente de dentista chamada Greta Zimmer Friedman, não conhecia o marinheiro George Mendonsa antes de ter o beijo roubado. 

Em resposta a toda a polêmica, a filha de Mendonsa negou ao The Post que seu pai fosse culpado por qualquer coisa além do entusiasmo desenfreado daquele dia. "Eles estavam saindo dos trens e todo mundo estava festejando", justificou Sharon Molleur, de 67 anos, cujo pai morreu em 2019, três anos depois de Friedman e quase 25 anos depois de Eisenstaedt.

Todos os marinheiros estavam beijando [as mulheres], todo mundo estava pulando no ar. Eles estavam se divertindo muito… Foi totalmente consensual", disse, argumentando que seu pai e a enfermeira "se tornaram bons amigos."

Porém, como recorda o NY Post, em 2005, Friedman foi entrevistada e falou sobre a foto: "O cara simplesmente veio e beijou ou agarrou… Era apenas alguém realmente comemorando. Mas não foi um evento romântico".