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Química do cérebro de jovens pode alterar com o vício em internet

Alterações em diversas redes neurais podem levar a novas tendências viciantes e comportamentos negativos, afirmam os pesquisadores

Redação Publicado em 04/06/2024, às 16h10

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Imagem da tela de um celular - Getty Images
Imagem da tela de um celular - Getty Images

Jovens viciados em internet experimentam mudanças na química cerebral que podem levar a comportamentos mais viciantes, sugere uma pesquisa publicada na PLOS Mental Health. O estudo revisou pesquisas anteriores utilizando ressonância magnética funcional (fMRI) para examinar como as regiões do cérebro funcionam em pessoas viciadas em internet.

Os pesquisadores descobriram que os efeitos eram evidentes em múltiplas redes neurais dos jovens, com um aumento da atividade cerebral durante períodos de descanso. Ao mesmo tempo, houve uma diminuição geral na conectividade funcional em áreas do cérebro envolvidas no pensamento ativo, especificamente na rede de controle executivo, responsável pela memória e pela tomada de decisões.

Essas mudanças resultaram em comportamentos e tendências de dependência nos adolescentes, além de alterações comportamentais relacionadas à saúde mental, desenvolvimento, capacidade intelectual e coordenação física. A pesquisa revisou 12 estudos anteriores envolvendo 237 jovens de 10 a 19 anos com diagnóstico formal de dependência de internet entre 2013 e 2023.

Uma pesquisa recente revelou que quase metade dos adolescentes britânicos se sentem viciados nas redes sociais. Max Chang, autor principal do estudo e estudante de mestrado no Instituto de Saúde Infantil UCL Great Ormond Street (GOS ICH), afirmou:

A adolescência é uma fase crucial do desenvolvimento, durante a qual ocorrem mudanças significativas na biologia, cognição e personalidades. O cérebro fica particularmente vulnerável a impulsos relacionados ao vício em internet durante esse período, como uso compulsivo da internet, desejo pelo uso do mouse ou teclado e consumo de mídia".

O estudo

As descobertas do estudo mostram que isso pode levar a mudanças comportamentais e de desenvolvimento potencialmente negativas, impactando a vida dos adolescentes. Por exemplo, eles podem ter dificuldades para manter relacionamentos e atividades sociais, mentir sobre atividades online e experimentar alimentação irregular e sono perturbado.

Chang espera que as descobertas demonstrem “como o vício em internet altera a conexão entre as redes cerebrais na adolescência”, permitindo que os primeiros sinais de vício em internet sejam tratados de forma eficaz. Ele sugere que os médicos poderiam prescrever tratamentos direcionados a certas regiões do cérebro ou sugerir psicoterapia ou terapia familiar focada nos principais sintomas do vício em internet.

Além disso, segundo o The Guardian, ele destaca a importância da educação dos pais sobre o vício em internet como uma via de prevenção do ponto de vista da saúde pública. Pais informados sobre os primeiros sinais de vício em internet poderão lidar mais eficazmente com o tempo de tela e a impulsividade, minimizando os fatores de risco associados.

Irene Lee, autora sênior do estudo e também do GOS ICH, acrescentou: "Não há dúvida de que a Internet tem suas vantagens. No entanto, quando começa a afetar nosso dia a dia, isso se torna um problema. Aconselhamos que os jovens imponham limites de tempo razoáveis para o uso diário da Internet e estejam conscientes das implicações psicológicas e sociais de passar muito tempo online.”