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Notícias / Brasil

Rosto de homem que viveu há 5 mil anos, no rio Grande do Sul, ganha reconstrução 3D

Um trabalho minucioso de um design brasileiro conseguiu humanizar um dos mais antigos habitantes da região sul do país

Alana Sousa Publicado em 19/09/2020, às 12h00

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Imagem meramente ilustrativa de um crânio humano - Wikimedia Commons
Imagem meramente ilustrativa de um crânio humano - Wikimedia Commons

Um trabalho minucioso do designer catarinense Cicero Moraes em colaboração com o historiador e arqueólogo Antonio Soares conseguiu reconstruir o rosto de um homem que viveu na região onde hoje é o estado do Rio Grande do Sul.

O homem que viveu há 5 mil anos, no Sul do Brasil, foi batizado de Zé; os especialistas acreditam que ele tinha entre 40 e 45 anos quando veio a óbito. Seu esqueleto foi encontrado sob uma rocha em Barra do Ouro, no município de Maquiné. Desde que foi exumado, em 1961, faz parte da coleção do Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (Marsul), em Taquara. 

Reconstrução de Zé / Crédito: Divulgação/Cicero Moraes/Marsul

Zé foi reconstruído por uma tecnologia 3D, que conseguiu recriar como seria seu rosto ainda em vida. Moraes, que é um renomado artista brasileiro de reconstrução forense, fotografou o crânio e partiu para o trabalho detalhado para dar uma face ao esqueleto.

Características faciais, anatomia muscular e detalhes do rosto são perceptíveis no produto final, que conseguiu humanizar um indivíduo que viveu há tanto tempo. “O objetivo dessa reconstrução é fazer com que as pessoas tenham interesse pela pesquisa em si e pela história do Rio Grande do Sul e do Brasil. Ao mesmo tempo em que contemplamos a nova imagem do Zé com rosto, é como se ele contemplasse a gente, só que há milhares de anos”, explicou Cicero Moraes.

Zé, após a reconstrução facial / Crédito: Divulgação/ Marsul

Muitos estudos acadêmicos já foram realizados sobre o tipo de cultura material que os grupos caçadores-coletores pampeanos produziam. A Tradição Umbu, como é conhecida essa tipologia de artefatos na Arqueologia, marcada pela presença de pontas de projétil em pedra lascada e bolas de boleadeiras em pedra polida, ocorre em sítios arqueológicos no sul do Brasil, no Uruguai e Argentina. Nas paisagens do atual Rio Grande do Sul, estes grupos caçadores-coletores deixaram vestígios que datam de até 11 mil anos.