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Notícias / Mundo

Roupas vindas da Europa e descartadas no Quênia causam problemas ambientais

Imagens e relatórios trazem mais visibilidade para a discussão atual sobre os problemas da ‘fast fashion’

Redação Publicado em 16/02/2023, às 14h08

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Foto retratando a montanha de dejetos têxteis enviados do Reino Unido para o Quênia - Divulgação / Clean Up Kenya
Foto retratando a montanha de dejetos têxteis enviados do Reino Unido para o Quênia - Divulgação / Clean Up Kenya

O Reino Unido tem despejado, anualmente, 12 milhões de peças de roupa que estariam “muito sujas ou danificadas” para serem usadas novamente em Nairóbi, capital do Quênia. As informações são do Daily Mail.

A iniciativa Clean Up Kenya e a fundação Wildlight for the Changing Markets se uniram para gravar imagens impressionantes das montanhas de roupas em péssimo estado despejadas na principal cidade do país africano.

Além das imagens, um relatório chamado Trashion concluiu que, das cerca de 36 milhões de peças de roupaexportadas do Reino Unido ao Quênia todo ano, um terço delas (ou 12 milhões) contém plásticos e são de qualidade tão baixa que acabam sendo imediatamente descartadas ou queimadas para ajudar a aquecer água ou cozinhar.

Exportando roupas ou lixo?

O relatório afirma que o motivo para essas exportações é utilizar o Quênia como “válvula de escape” para a “superprodução sistêmica” do sistema de ‘fast fashion’ inglês, expressão que se refere a um esquema de produção de roupas onde elas são compradas, usadas e descartadas de maneira rápida.

Entre as conclusões do relatório está que esse comércio de roupas usadas é uma óbvia maneira de burlar um acordo de 2019 que pretendia parar os países mais ricos de despejar detritos não-recicláveis em países mais pobres. Hoje, 69% dos tecidos são feitos de plásticos como o náilon e o poliéster, que são mais difíceis de reciclar.

Entre os itens abandonados no Quênia foram encontrados roupas de marcas como a Nike e a Yves Saunt Laurent. Algumas das peças estariam sujas de vômito, manchas pesadas e pelos de animais, tendo até um uniforme do McDonald’s com identificador de funcionário sido encontrado no lixão. O excesso é tão grande que esses dejetos acabam transbordando dos lixões e contaminando rios e regiões habitacionais.

Esse estudo só focou nas relações entre o Reino Unido e o Quênia, mas o problema vai bem mais fundo, já que muitos outros países africanos sofrem com os dejetos europeus em suas paisagens.