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Quem foi Átila, o líder conhecido como 'flagelo de Deus'?

O pesquisador Paulo Rezzutti explica quem foi o responsável por liderar grandes conquistas que virou uma figura lendária entre diversos povos

Isabelly de Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 06/12/2023, às 20h00 - Atualizado em 08/12/2023, às 19h47

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Ilustração do líder Átila - Wikimedia Commons / Domínio Público
Ilustração do líder Átila - Wikimedia Commons / Domínio Público

Átila, conhecido como o “Flagelo de Deus”, destacou-se como um dos mais proeminentes líderes conquistadores da antiguidade. Ele liderou um império que, originando-se no leste europeu, expandiu-se por grande parte do território asiático.

Apesar de existirem poucas fontes históricas confiáveis sobre a vida do líder, algumas pessoas que viveram no mesmo período que Átila, registraram sua passagem pela Europa e também seus feitos, assim como as tribos nômades que ele comandava. Entretanto, poucos fragmentos desses registros sobreviveram, assim como a memória popular.

O pesquisador Paulo Rezzutti explica em seu canal, no quadro 'A História Não Contada' um pouco sobre a trajetória de um dos líderes mais importantes da antiguidade. De acordo com Paulo, ele se transformou em um personagem mítico, que aparece em sagas germânicas e até escandinavas. No entanto, nunca nem mesmo esteve na Escandinávia. Assim, é possível imaginar a grandeza de sua popularidade. 

Representação do século XVII de Átila, o Huno, no Ungarische Chronica de Wilhelm Dilich - Crédito: Wikimedia Commons, sob licença Creative Commons

Origem 

Átila surge na história como um dos grandes conquistadores do mundo antigo. Seus feitos, no entanto, são descritos principalmente por adversários, predominantemente em grego e latim, resultando em relatos parciais e frequentemente enviesados. Embora longe de ser um santo, a narrativa histórica sobre Átila é, na maioria, influenciada pela perspectiva de quem o via como inimigo.

O conhecimento sobre o líder revela que ele nasceu em uma família nobre dos hunos, cujos dois tios governavam de forma conjunta. Essa dinâmica de co-liderança era comum entre os hunos, que possuíam uma estrutura política flexível.

Os hunos eram um povo nômade originário possivelmente da região do rio Volga, com ligações especuladas com tártaros e mongóis. Sua migração para a Europa, por volta de 370 d.C., resultou em interações hostis com povos germânicos, como godos e visigodos. Alguns subjugaram-se aos hunos, pagando tributos, enquanto outros buscaram refúgio no Império Romano.

Iniciando sua jornada anos após a morte de Ruga, seu tio, Átila ascendeu ao poder com seu irmão, Bleda.

Pessoas que conheceram Átila afirmam que ele era um homem baixinho, confiante e carismático, que se vestia e agia como qualquer outro homem de seu povo e não fazia questão de luxos”, afirma o escritor.

Fim da amizade

O relacionamento, inicialmente amigável, entre romanos e hunos desintegrou-se quando Ruga aproveitou o caos gerado pela fuga dos germânicos para saquear territórios bizantinos. A resposta do imperador Teodósio II foi um tributo considerável, evidenciando a ameaça que os hunos representavam.

Ilustração de Átila, o Huno - Crédito: Domínio público

Átila, nascido entre os séculos 4 e 5, foi educado na arte militar e na diplomacia, demonstrando domínio em línguas como latim e gótico. Sua estatura e modéstia nas roupas contrastavam com a imagem bárbara frequentemente associada aos hunos.

Os conflitos entre hunos e romanos resultaram na Batalha dos Campos Cataláunicos em 451. Átila, prevendo uma derrota, enfrentou um exército liderado por Aécio. Após intensos combates, a batalha resultou na morte do rei visigodo Teodorico. "Átila, então, decidiu atacar Constantinopla”, conta Paulo.

Vida pessoal

Rezzutti relata que o líder decidiu, então, tomar um passo importante em sua vida: se casar novamente. “Enquanto preparava a expedição, no começo do ano 453, ele resolveu que se casaria mais uma vez, além da Honória e de todas as outras esposas que ele já tinha. A escolhida foi uma jovem muito bonita chamada Ildíco, que, provavelmente, pertencia a um dos povos germânicos”.

A morte de Átila em 453, durante sua festa de casamento, permanece envolta em mistério. Seus filhos, incapazes de manter a grandiosidade do império huno, enfrentaram derrotas e desafios. Ernak, o último rei dos hunos, eventualmente migrou para a Cítia.

O legado de Átila persiste na memória histórica, como sua tentativa de conquistar Roma, contribuindo para o declínio do Império Romano do Ocidente. Em 476, o colapso final de Roma marcou o início da Idade Média. A imagem dos hunos como bárbaros permaneceu no imaginário popular, ecoando até a Primeira Guerra Mundial, quando os soldados alemães foram chamados de "hunos" por seus adversários.

Para conferir mais detalhes sobre a trajetória de Átila, o “Flagelo de Deus”, confira o vídeo completo de Paulo Rezzutti: