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Matérias / Alemanha nazista

11 anos antes do Nazismo existir, Albert Einstein demonstrou preocupação com o antissemitismo alemão

Ao escrever para a irmã Maria, o físico teórico expôs a ameaça numa época em que os nazistas eram pouco relevantes

André Nogueira Publicado em 11/12/2019, às 11h44

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Albert Einstein, físico responsável pela Teoria da Relatividade - Getty Images
Albert Einstein, físico responsável pela Teoria da Relatividade - Getty Images

Onze anos antes da ascensão de Adolf Hitler, o famoso físico Albert Einstein identificava naquela figura política o perigo do antissemitismo banalizado. O ano era 1922, quando o Pai da Relatividade escreveu uma carta à irmã mais nova Maja (apelido de Maria), alertando sobre a ameaça do ódio aos judeus.

E a denúncia de Einstein não veio à toa: naquele mesmo ano, seu amigo Walter Rathenau, que ocupava o cargo principal nas Relações Exteriores da Alemanha, foi assassinado por um grupo de extrema-direita por sua ascendência israelita. Performance pura do que os nazistas odiavam, Walther era um judeu democrata, industrialista e legalista (a favor do cumprimento do Tratado de Versalhes).

Albert em caminhada solitária na estrada / Crédito: Getty Images

Einstein, que tinha grande fama como físico e ativista democrata, além de judeu, fugiu de Berlim ao perceber o perigo em questão, passando a viver no norte do país, enquanto muitos achavam que ele viajava. “Estes são tempos negros para a política e a economia, então eu estou feliz de poder fugir de tudo.”

Por ser um dos poucos físicos famosos entre o público leigo, Einstein fazia diversas palestras pelo mundo, o que lhe rendeu dinheiro para sua fuga da capital. Houve tempos em que ele preferiu se manter isolado num navio, para se afastar da sociedade.

Fugindo da Alemanha, Einstein visitou os EUA algumas vezes antes de se mudar para lá / Crédito; Getty Images

“Eu estou me saindo bem, apesar de todos os antissemitas entre meus colegas alemães. Estou muito recluso, sem barulho e sem sentimentos ruins, e ganho meu dinheiro sem depender do Estado, então sou um homem livre. Veja, estou prestes a me tornar uma espécie de pregador itinerante. Isso é, em primeiro lugar, agradável, em segundo, necessário.”

Segundo Meron Eren, organizador da venda do documento em 2018, “esta carta mostra o que estava passando pela cabeça de Einstein em um estágio muito preliminar do terror nazista”. Numa época em que o Partido Nazista era uma agremiação pequena (um ano antes da tentativa de Golpe da Cervejaria), os discursos xenofóbicos de Hitler ainda eram muito banalizados.


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