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Matérias / Personagem

Waris Dirie, a ativista que sobreviveu a graves mutilações e deu a volta por cima

Após ser abandonada pelos próprios familiares e quase ser forçada a se casar ainda criança, sua história rendeu um filme emocionante

Penélope Coelho Publicado em 18/12/2020, às 16h00

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Fotografia de Waris Dirie - Divulgação
Fotografia de Waris Dirie - Divulgação

Aos cinco anos de idade, muitas crianças ao redor do mundo estão iniciando a alfabetização através da leitura e escrita na escola. Essa realidade, porém, não foi a mesma para Waris Dirie e também para diversas mulheres no país africano da Somália.

A vida de Dirie mudou para sempre quando ainda muito jovem, aos cinco anos, foi acordada pela mãe no meio da noite e levada para um local afastado. Quando percebeu a presença de uma mulher vindo em sua direção com uma lâmina de barbear quebrada, Waris já sabia que seria mutilada e, naquele momento, fechou os olhos desmaiando de dor.

Infelizmente, histórias como a de Dirie são comuns na Somália. Segundo dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, 98% das mulheres entre 15 e 49 anos foram submetidas à mutilação genital no país. Essa tradição milenar de cinco mil anos de história, consiste em cortar partes do clitóris, dos pequenos e grandes lábios da vagina, com objetivo de deixar a mulher mais "limpa".

A modelo e ativista Waris Dirie / Crédito: Divulgação

A trajetória de Waris Dirie

Após a mutilação, a vida se tornou cada vez mais difícil para a somaliana. Sua família havia arranjado um casamento para ela com um homem de 60 anos. Por isso, no início de sua adolescência, aos 13 anos de idade, Dirie tomou uma decisão: fugir de casa.

A garota enfrentou uma longa viagem pelo deserto até chegar a Mogadíscio, capital de seu país. Inicialmente, Dirie buscou abrigo na casa de alguns parentes, que logo despacharam a menina.

Um de seus tios trabalhava como Embaixador da Somália no Reino Unido, e estava precisando de uma empregada. Waris Dirie foi mandada para trabalhar em Londres como doméstica sem remuneração, ainda adolescente e sem ter aprendido a ler e escrever.

Logo, seu tio deve que deixar a cidade após o início da guerra civil na Somália. Sem pensar duas vezes, Dirie fugiu da embaixada em busca de uma vida nova. No início, a menina morou nas ruas, depois conseguiu o auxílio do YMCA — uma fundação de auxílio para jovens. Então, conseguiu um emprego como faxineira no McDonalds e começou a estudar no período da noite, com objetivo de aprender inglês.

Waris Dirie, fotografada em 2010 / Crédito: Wikimedia Commons

A grande virada

Aos 18 anos, enquanto trabalhava, sua beleza estonteante chamou a atenção do famoso fotógrafo Terence Donovan, que convidou a garota para participar do ensaio para o Calendário Pirelli de 1987. Na época, Waris, fotografou ao lado da, ainda desconhecida, modelo Naomi Campbell.

Desde então, tudo mudou para Dirie — que ficou mundialmente conhecida, fotografando para grandes marcas como a Chanel. A top model, porém, manteve sua triste história em segredo por algum tempo.

Em 1997, a mulher decidiu falar pela primeira vez sobre a mutilação genital que havia sofrido quando criança. No auge de sua carreira, as declarações chocaram seus admiradores em todo o mundo. Logo, Dirie foi convocada para fazer trabalhos sociais junto com a ONU, e a partir daí começou uma longa batalha contra a mutilação, trabalhando em diversas campanhas de conscientização.

Flor do Deserto

Fotografia de Waris Dirie, em 2018 / Crédito: Wikimedia Commons

No ano de 2009, a história de vida da somaliana se tornou ainda mais famosa. Após o lançamento de seu livro autobiográfico intitulado Flor do Deserto, a saga de Waris Dirie foi contada nas telonas de Hollywood. O filme homônimo ao livro foi dirigido por Sherry Hormann e teve uma excelente taxa de aprovação nas bilheterias.

Atualmente, vivendo na Áustria, Dirie continua na luta contra a mutilação de genitálias femininas na África. Ela está no comando de sua fundação Desert Flower Center, o primeiro centro médico para o tratamento e atendimento de vítimas de mutilação. 


+Saiba mais sobre esse caso pelas obras disponíveis na Amazon: 

Desert Flower: The Extraordinary Journey Of A Desert Nomad, de Waris Dirie (2009) - https://amzn.to/2W8vSaa

Hostage: A Year at Gunpoint with Somali Gangsters , de Paul Chandler e Rachel Chandler, (2011) - https://amzn.to/3csVzYi

A Gift from Darkness: How I Escaped with my Daughter from Boko Haram, de Andrea C Hoffmann (2017) - https://amzn.to/3b686zJ

Al-Shabaab in Somalia: The History and Ideology of a Militant Islamist Group, de Stig Jarle Hansen (2013) - https://amzn.to/2SDpRjj

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